domingo, 27 de dezembro de 2009

Penso

Penso, memorizo,
Interiorizo e escrevo.
Escrevo o que vejo de dia e
O que me faz pensar à noite.
Escrevo porque existo,
Escrevo porque quero que o que penso perdure.
Escrevo porque gosto.
Escrevo porque penso que é algo que sei,
Escrevo quando me lembro,
Escrevo enquanto penso que não rimei.

Rimar é acabar no mesmo som,
Várias palavras e em vários tons.
Rimar é menos que poesia,
E só o faz quem tem um dom.
O dom de escrever a cantar,
O dom de pensar a rimar,
Um dom que precisamos de educar.

No princípio eu pensava,
Que a poesia era estúpida.
Agora continuo a achá-la,
Uma tentativa de expressão bruta.

Bruta, porque só a faz quem não consegue falar.
Só a faz quem não consegue enfrentar
A realidade ou, quem sabe,
A simples mentalidade.

É estúpido escrever a rimar
Aquilo que precisamos de contar.
Mas é uma forma de expressar,
Aquilo que vemos e que nos faz faltar o ar.

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