sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ode ao capitalismo


O capitalismo tomou conta da rua,
E a rua é agora uma amargura.
O vizinho já não tem carro,
E o teu pai, se for preciso, já fuma um charro.

Podia ser viciada em ópio,
Mas prefiro manter-me sã,
Pode ser que um dia
Acabe por ser campeã.

Os políticos, esses, são uns campeões,
Têm direitos fechados em camiões,
E adora ver os outros aos trambolhões.

Gostava que corrupção rimasse com dívida,
Estrangulamento com povo,
Dinheiro com capitalismo,
E capitalismo com comunismo.

Ups! Espera lá, este último rima.
É porque algo está mal nesta relação.
O capitalismo não é vermelho,
E o comunismo não é dinheiro.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Hospital...de Santa M????

Eu não sei quem era a Santa Maria, mas certamente que as pessoas que agora trabalham neste hospital não sabem sequer o que é ter piedade. E Deus tinha piedade "de nós", por isso a Santa Maria também devia ter...digo eu!
Raramente estou doente (e não, não é graças a deus...deve ser graças a outra cena qualquer), mas quando estou, são raras as vezes as que me desloco a um serviço público de saúde. Ontem, por não ter mais nenhuma opção à hora a que saio do trabalho, decidi dirigir-me ao tal hospital que já referi. Não se preocupem, o meu estado de saúde não era grave, tenho apenas um quisto a formar-se na pálpebra inferior do olho esquerdo (Wow!...). A questão é que não é o primeiro quisto que tenho, já fui operada duas vezes e das outras 10,11 ou 15 vezes que tive isto consegui tratar a tempo de não necessitar de uma intervenção cirurgica.
Mal o quisto se começa a formar na pálpebra, tenho de recorrer de imediato ao oftalmologista que, até ontem, tinha o nome de Dr. Pedro Jorge. Contudo, este senhor acompanha-me em Torres Vedras, numa clínica privada que me arranja sempre consultas de urgência quando estes quistos se começam a formar. Mas ontem (quem me manda vir morar para Lisboa?), o meu oftalmologista passou a ser do sexo feminino e a habitar no Hospital de Santa Maria, no serviço de urgência de oftalmologia.
Entrei e expliquei-lhe de imediato a minha situação. Disse-lhe que o normal era o meu médico receitar-me uma pomada, um antibiótico e um anti-inflamatório, para que o quisto desapareça por si. A Sr.ª Dr.ª (da mula russa) achou que eu estava a brincar e disse-me: "sabe que isso ainda nem se pode chamar um quisto...vou receitar-lhe uma pomada". Ao que eu respondi: "se eu tiver que ser operada venho cá apresentar-lhe a fatura que ronda, normalmente, os 400 euros". Ela não gostou particularmente da minha reação, mas eu também não gostei de perceber que para se ser bem tratado num hospital público já se tem de ir a morrer. Desci as escadas a praguejar (asneiras e mais asneiras...fui mesmo mal educadinha) e agora estou à espera de...piorar ou melhorar!  Nem sei...
(devia de lhe ter falado daqueles casos de cegueira...e perguntar-lhe se foi ela a culpada! Aposto que ficava irritadinha até ao tutano).
 

domingo, 6 de maio de 2012

Para ti...Mãe

Há dias em que queremos,
Outros em que fazemos,
E outros, ainda, em que relembramos.

Passaram 23 anos, uns meses e uns dias,
Passou uma vida.

Ao teu lado aprendi a acreditar,
Aprendi a ter medo e a lutar.
Quando penso em ti vejo esperança,
Já tenho a tua herança.

A política, a revolta,
A vontade de ter,
De querer e fazer.
A sensatez de ponderar,
O impulso de pensar,
De aprender,
De ler.

O vermelho é a nossa cor,
O mar o nosso segredo,
O olhar a nossa arma,
O saber amar o nosso defeito.

Obrigada por tudo,
Obrigada por estares aí,
Por teres orgulho de eu estar aqui.

Obrigada pela música,
Pelo jornalismo.
Deste-me o Mundo,
E eu dou-te tudo.

Um beijinho!

"És a rainha de copas, Um mundo que nunca acabará, Um bolo quente na pastelaria, E mil sóis a brilhar"

quinta-feira, 3 de maio de 2012

....


Quero tanto e ao mesmo tempo nada.
Quero-te a ti e a ti,
Quero ir ali e aqui
E acabo sempre por ficar lá.

Quero sair,
Caminhar ou andar,
De ténis ou sapatilhas,
Na areia ou no ar.

E tu não me deixas,
Porquê?
É o tempo?
Está a acabar?

Preciso de créditos,
De bilhetes,
De caminhos,
De mapas,
De cidades,
De trilhos,
E de ti...

Ao meu lado!

Vá lá,
Se tudo é perfeito,
Porque continua a faltar este andar...por aí!

A pequenês do português

Um dia hei-de entender o que move este povo.
Ao longo dos tempos a nossa sociedade tornou-se numa junção estranha entre naturais dos países de leste, brasileiros e chineses. Estes últimos conseguem manter mais negócios abertos que qualquer um de nós e ganham dinheiro a pontapé com os produtos feitos por criancinhas chinesas. E o que fazem os portugueses...continuam a frequentar estas lojas. Os brasileiros, coitados, também já estão a levar com umas centenas de emigrantes portugueses no país deles e qualquer dia voltam todos para lá. Os de leste, ou são muito trabalhadores e inteligentes, ou são uns mafiosos de primeira. A verdade é que os estilos de vida desta gente tem influenciado grande parte da população portuguesa, principalmente de pessoas mais carenciadas, que são também as que entram em maior contacto com os emigrantes (porquê? pensem...não vos vou dizer tudo). Agora a questão essencial...até que ponto isso tem influenciado a nossa população?
Eu não sei...mas sinto que a maioria dos portugueses se comporta como um emigrante. Estão desligados da política, não votam, não se preocupam com os seus direitos...etc! O que me leva a acreditar piamente que estou rodeada de estrangeiros, aliens, zombies, não sei... Será que algum dia os portugueses vão perceber que este país é nosso e que devemos, de alguma forma, lutar por ele? Ou vão mesmo deixar que Portugal seja só mais um território da União Europeia que deixou de fazer história em 1974?
Podia passar aqui a noite a escrever...mas estou cansada de falar sobre isto. Deixo só mesmo as perguntas no ar...