quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Zé medo

Enquanto lhe escorriam as lágrimas pelo rosto cansado e triste, ele pensava. Sabia que tudo lhe iria correr bem, como sempre, sabia também que ia sofrer até perceber que as coisas estavam a ir no bom caminho. Era um processo lento e penoso e passava-o todos os anos e por uma simples razão, ele não gostava de se sentir feliz.
Acusava a saturação da felicidade e, para si, a injusta sensação de prazer. Sabia ao certo o que o esperava nos próximos tempos, sabia ao certo o que estava a sentir mas nunca tentou saber, ao certo, como evitar tudo isto.
Perguntava-se regularmente o porquê de ter prazer em se sentir infeliz mas nunca percebeu que não era esse o seu problema.
Zé, aos 19 anos, tinha uma capacidade enorme de amar para fazer alguém se sentir bem mas nunca conseguiu amar para ter prazer. Adorava a felicidade dos outros e destruía a dele o mais rápido que conseguisse. Criava problemas, imaginava barreiras, antecipava o "não", antecipava a falha. Não arriscava, nunca, porque antes de arriscar já se tinha derrotado a si mesmo.

(Zé, és tu)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Há qualquer coisa que me fascina na vida. O facto de saber que o dia de amanhã, por mais programado que esteja, acaba sempre por ter alguma surpresa. O problema é quando as surpresas tendem a ser negativas durante demasiado tempo. Quero o euromilhões.

domingo, 12 de dezembro de 2010

8 lemas portugueses:

- Da cunha nasce o talento.
- Amigo de rei, rei será.
- Filho do amigo, trabalho arranja.
- A inteligência não te dá futuro.
- A sabedoria acaba contigo.
- Licenciado?Prefiro uma nova oportunidade.
- Competência?Prefiro arrogância.
- Se fores corrupto, safas-te.

E eu? Fico por casa. 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

...

Perdi a noção do tempo. Perdi a noção de vaidade. Perdi-me na idade.
Poderia dizer que passei por 44 primaveras mas prefiro o inverno, o frio, os chás quentes, os cafés escaldados e as torradas. Fiquei desempregada. Dediquei 22 anos da minha vida àquele trabalho e, no final das contas, nem a um pequeno jackpot de indemnização tive direito. A empresa faliu. Dentro dela ficaram memórias, centenas de folhas por imprimir, histórias de uma vida, amor e até vaidade. A vaidade, é ela que nos vai destruindo na ânsia do poder. E poder não é puder. Poder é uma destruição de valores. E quando os valores são esquecidos já não há volta a dar. Esquecem-se os direitos, lembram-se apenas dos deveres, tornam-se exigentes e até incoerentes.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Crítica Social

Vivo na incerteza da certeza que nada é certo. Num mundo preocupado com as questões monetárias, em que o ser humano é deixado para segundo plano. Numa rua onde os vizinhos comentam a vida do político rico e não ajudam o pobre que vive na rua ao lado. Numa sociedade atenta às aparências e que desacredita a competência. Numa capital onde o capital que corre pelas ruas não corresponde a quem por lá habita. Num mercado de trabalho onde sobe o incompetente porque fecha os olhos à competência de roubar do superior. Numa sociedade em que a amizade é posta para segundo plano porque é melhor ter um conhecido influente. Num pequeno mundo que não olha à sua volta para ver que existem mundos muito maiores.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

...poema da meia-noite e meia sem sentido

Pede-me que fique,
Jura que não vais,
Perde-te em mim,
Mente-me mais.

Sofrer na mentira,
Sofrer na verdade,
Ilusão,
Vaidade.

Dúvida que persiste,
Tristeza que invade,
Um ser a que mentiste,
Jamais perde vontade.

Vontade de te ter,
Vontade de te trair,
Vontade de te mentir,
Vontade de te perder.

Não fiques,
Vai,
Leva contigo o que deixaste,
Ergue o queixo,
Deixa-me as costas,
Fico feliz,
Ou infeliz,
Para ti pouco importa.

Prefiro assim,
Encaro de frente a tua indiferença.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

...

Abri o jogo.
Fechei a jogada.
Tentei abrir o jogo novamente.
E no que deu?
Em nada.

Abrir o jogo e fechar.
É disto que é feito o dia-a-dia.
É disto que é feita a vida.
E é nisto que temos de ser bons.

Quando fechamos um jogo,
Fechamos uma etapa.
E se fechamos uma etapa,
Não podemos voltar atrás.

Devemos perceber,
Compreender,
E saber viver.

Há que aprender,
Aprender a sobreviver.
Sobreviver a um mundo incoerente,
A uma sociedade fechada,
Que temos de abrir,
Para iniciar a etapa.

A etapa da vida.
Essa, que todos os dias pode mudar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

...

Bati à porta. Ninguém respondeu.
Entrei e senti-te por perto.
O teu cheiro não engana,
Estavas ali.

Comecei a ler,
O que queria e o que não queria.
Comecei a vaguear pela casa e,
Dei por mim a conhecer-te
Através das palavras,
Das letras,
Da arrumação,
Da pontuação.
Apaixonei-me,
Segui-te,
Estudei-te,
Perdi-me.


Se hoje sou quem sou,
Posso agradecer à porta que se abriu,
Posso agradecer a quem não me respondeu.

Explorei o desconhecido,
Investi nele como se mais nada existisse.
Fez-me discutir com sabedores,
Fez-me sentir que sabia.

Um dia alguém vai dizer:
"É de família".
Se eu concordo?
Talvez.

Nunca esquecerei os postais em rima,
"Os olhos doces cor de mel",
As descrições da avó.

Façam-me rainha quando estiver ali,
Debaixo da terra que pisam.
Mas não me tentem interpretar,
Eu não tenho sentido possível.

...

Cansada,
Desarmada,
Inerte,
Errada.

Levanta-te,
Ergue os braços,
Luta,
Mostra quem és.

Fá-los ver que estás aqui,
Acredita em ti,
Luta para que nunca acabe,
Luta para que no fim te agrade.

Faz com que te desejem,
Acredita que te vão querer,
Faz com que te procurem,
Luta para viver.

A sobrevivência é um mal.
O comum mortal adora-a.
Eu odeio-a
Mas não deixo de ser comum.

Não luto pelo luxo,
Luto pelo que quero.
Luto por mim e por ti,
Não estaria aqui se assim não fosse.

Não lutes.
Deixa tudo para mim.

domingo, 19 de setembro de 2010

"oh tempo, volta para trás"

Entre cigarros, copos, comida e música a conversa surgiu...
Regressei aos meus tempos de criança e lembrei-me que a vida nem sempre foi tão "fácil" como é hoje. Recordo-me do tempo em que 1000 escudos eram a minha semanada e chegavam perfeitamente. Recordo-me de não ter esquentador em casa. Recordo-me de sempre ter tido o que precisava mas não ter tudo o que tenho hoje e tão facilmente. Computadores? Ninguém tinha. Telefone em casa? Lembro-me de ele ser instalado. Vídeo? Aos sete anos apareceu em minha casa. Se sou velha? Não...tenho apenas vinte e dois anos e dei conta de uma evolução rápida e desproporcional.
Esta evolução facilitou apenas o dia-a-dia mas reparo que condicionou um pouco tudo o resto. As relações já não são o que eram. Os amigos tanto são como deixam de ser. Perdem-se amigos com intrigas "facebookianas" por exemplo mas ganham-se amigos através das redes sociais também. As sms's permitem que as pessoas falem ininterruptamente, o que pode ser bom ou mau e...agora pergunto-me: gostavas de voltar atrás?Gostavas que fosse tudo como antes?
Gostava, pelo menos por uns tempos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

poema das oito

Vivo na tua indiferença.
Sobrevivo da diferença.
Pronuncio-me indiferente.
Apareço diferente.

Sei o que fui, sei o que sou.
Não sei o que serei,
Se souberes diz-me.
Agora só quero permanecer indiferente.

Indiferente à tua indiferença,
Indiferente ao que fui e serei,
Consciente daquilo que sou e
Com coragem para enfrentar o que serei.

Se me ouvires grita,
Se me leres cala-te.
Se me vires chora,
mostra-me a tua alma.

Um poema das três

Se sinto o passado,
É porque algo ficou.
Se sinto o presente,
É porque algo se passa.
Se sinto é porque sinto,
Se não sinto é porque não tenho raça.

Raça para viver,
Coragem para enfrentar,
Determinação para terminar.

Não termino agora,
O que nunca comecei,
Terminarei um dia,
Quando sentir que o que passou
É passado.
Viverei do futuro,
Incerto mas decerto mais certo que o passado.

Agora vivo de mim,
Daquilo que sei e não digo,
Daquilo que quero e não quero,
Daquilo que não sei mas faço.

Vivo aqui, bem perto de ti,
No mesmo mundo,
Num cantinho à parte.

Selada num silêncio incomodativo,
Numa serenidade irritante.
Quero viver para ti,
Futuro intrigante.
Quero viver de ti,
Quero conhecer-te,
Diz-me quem és.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Histórias que a Inês inventa...

Deitada no escuro há duas horas, de olhos abertos e a contar pulsações. Tinha medo, não percebia qual a razão mas estava com medo. Sabia que aquele sítio a fazia ter algumas recordações de um amor que não esqueceu. Não associava esse amor ao medo, porque estava em casa, em segurança. Longe de tudo e de todos e perto daquilo que realmente gosta, a Natureza.
A contagem não parava, o receio de morrer naquela noite era grande. A morte sempre foi algo que a atormentou nos maus momentos e até mesmo nos bons. Já tinha deixado partir, em momentos bons da vida, algumas pessoas que amava e sabia que não as voltaria a ver. Para ela não era fácil perder alguém, fácil era ganhar. Fazia amigos com facilidade e encontrava amor num abrir e fechar de olhos, apaixonava-se. Era uma eterna apaixonada, raramente correspondida para além da amizade. Uma perita desistente no que toca ao amor. Persistir não fazia parte do dicionário de relações, daí a facilidade em arranjar amigos e não algo mais.
Por momentos parou a contagem e pensou na paixão que tinha nascido naquele local. Ela sabia que não tinha sido bem ali mas talvez aquele fosse o sítio em que ela mais se iria lembrar desses momentos. Pensou, pensou, pensou e perdeu-se na cronometragem de pulsações. Perdeu-se num sonho que queria tornar real há uns tempos atrás.
Fechou finalmente os olhos e imaginou o romance perfeito. O romance típico de um filme ou livro, aquele que acaba sempre bem e começa ainda melhor. As trocas de beijos, os gestos românticos, as palavras bonitas e o verdadeiro amor não faltaram.
As poucas horas em que manteve os olhos fechados foram perfeitas. Quando acordou, os raios de sol encadearam-na e despertaram-na para o dia que a esperava. Enfrentou as olheiras ao espelho, atou o cabelo, comeu qualquer coisa e saiu de casa. Levou uma máquina fotográfica e um caderno e foi...para os montes. Fotografou animais, paisagens, folhas, flores, troncos e tudo aquilo que conseguiu. Parou para beber água numa fonte e escreveu o sonho mas inverteu o final da história, contou o que se tinha passado na vida real e isso acalmou-a. Na noite seguinte dormiu como não dormia há algum tempo, descansou mesmo e percebeu que o único amigo que tinha era aquele caderno, o caderno que a compreendia e que a fazia sentir-se bem. Nunca relia nada do que escrevia, sabia que uns tempos depois se iria rir de cada letra escrita naquelas folhas e só aí iria reler.
Passou o resto das férias perto da Natureza e a escrever. Habituou-se à escrita e ao seu novo melhor amigo, deixou o psicólogo e apaixonou-se, finalmente, por ele - o caderno.

(com a pouca inspiração que me tem invadido os últimos meses, admiro-me do que consegui fantasiar aqui, hoje. Um bem-haja à minha inspiração, apesar de pouca, está a voltar)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O verão (com letra minúscula de acordo com o Acordo)

Esta estação do ano é gira. Não digo isto "da boca para fora", "giro" é mesmo o adjectivo que melhor a define.
Se pensarmos naquilo que a maioria dos jovens faz nesta estação do ano, todos temos de concordar que o verão é "giro" e ponto final. Ah e também é fashion. Sim, porque hoje em dia é fashion gostar do verão e para a juventude esta é a época do ano onde se deve, e passo a citar, "aproveitar a vida".
E o que é isto de "aproveitar a vida"?
Ora bem, segundo o último estudo efectuado pela Inês Antunes, isto de "aproveitar a vida" é:
- ir a festivais de verão;
- ir a todas as festas, possíveis e imaginárias, que se realizem na costa portuguesa;
- ir à praia TODOS mas TODOS os dias;
- ficar mais bronzeada/o que a/o amiga/amigo do lado;
- conhecer os donos dos bares mais famosos da praia que frequentamos;
- conhecer toda a "maltinha fixe" da área;
- surfar, nem que seja com a água pelo tornozelo;
- comer todas/os as/os gajas/os que conseguirmos no menor espaço de tempo possível.
E agora perguntam: e que mal tem tudo isto Inês?
Nenhum, isto não tem "malzinho" nenhum, mesmo. O único problema é que a juventude para fazer tudo istob tem de estar no estado mais "cool" e mais zen possível. Ou seja, "bebedeira" e "moca" são as palavras que melhor acompanham esta estação do ano. E para quê? Para aproveitarem a vida e no dia a seguir não se lembrarem do que fizeram? Para aproveitarem a vida e no dia a seguir acharem que erraram? Para aproveitarem a vida e durante o dia terem uma valente "ressaca?
UUUUHHHHHHH que giro meus.
Só tenho mais uma coisa a dizer, tenho calor.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Na diferença há respeito

Não escrevo neste blogue há tempo suficiente para sentir vergonha de voltar a fazê-lo. Mas não, não sinto vergonha porque este foi o meu melhor blogue, de sempre e calculo que para sempre. E não foi o melhor por aquilo que aqui escrevo mas pelo feedback que tive sempre que aqui escrevi. E por isso, volto a escrever. Não prometo que regularmente mas hão-de vir cá parar umas letras de vez em quando.
Quando penso em mim, penso em alguém que pensa de forma diferente da maioria das pessoas. A realidade é que isto é mentira e só hoje, agora, me apercebi disso. O problema não sou eu mas sim quem me rodeia. Não os meus amigos, porque esses tenho quatro ou cinco e são amigos de verdade, mas sim quem fica por perto mesmo que não os chamemos. São essas pessoas que me fazem sentir mal grande parte das vezes. Não sou superior, sou bastante inferior até, em relação a essas pessoas. Elas divertem-se regularmente com os problemas, brincam com o que me preocupa e fazem da vida uma alegria. É verdade, a vida é uma alegria, constante e interminável, mas deve ser consumida moderadamente e de forma ponderada. Ou não, lá está. Sou eu que estou mal não é? Ora aí está, "tu pensas demais Inês!". O melhor mesmo é ir dormir e esperar que quem brinca com a vida não brinque com a minha. Respeitinho.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Foi sorte por acaso

Eu agora só consigo vir aqui desabafar. Isto é estranho, eu não era assim. Eu vinha aqui e escrevia pequenas fantasias, poemas, coisas giras e agora...desabafo. O blogue vai, definitivamente, deixar de ter qualidade. Isto porque a minha vida e os meus pensamentos são demasiado desinteressantes e eu tenho plena noção disso.
Hoje, encontrei uma pen. Quer dizer, talvez tenha roubado. Não sei bem, ela estava lá naquele sítio e o dono não estava por perto e como se diz na gíria "achado não é roubado". Fiquei com ela porque a semana passada perdi uma precisamente naquele local e ninguém me devolveu. Tinha a mesma capacidade e tudo, só tinha uma diferença, pequena mas importante, era muito mais gira. Ainda assim considero este achado de hoje uma sorte e eu raramente tenho sorte.
Uma vez, estava eu praticamente sem dinheiro e com mais 3 dias de férias pela frente e a única coisa em que pensava era no jeito que me dava encontrar uma nota no chão ou umas moedas. Sentei-me numa esplanada e pedi uma cerveja, estava com amigos que claramente me iam pagar as próximas portanto não me preocupei. Ficámos ali um bom bocado, tempo suficiente para eu reparar em tudo o que me rodeava. Mas eu tenho um defeito, raramente olho para o chão com a intenção de encontrar algo. Quando nos levantámos da mesa a minha amiga olhou para baixo da minha cadeira e lá estava, a tal nota que eu tanto desejava. Eram uns míseros 5€ mas que me dariam um "jeitão", infelizmente não fui eu que os encontrei. Fiquei chateada comigo, achei que poderia ter feito algo mais para que a sorte de encontrar aquela nota tivesse sido minha.
Em toda a minha vida foi assim, todos encontram dinheiro nas ruas, telemóveis, essas coisas ...e eu?NADA. É por isso que hoje estou feliz. Finalmente, 21 anos depois, tive a sorte de encontrar algo que realmente preciso.
OBRIGADO

terça-feira, 20 de abril de 2010

Humor?

A verdade é que este é o meu blogue e faço dele o que quiser não é? Pois é...agora apetece-me escrever qualquer coisa e aqui estou, a escrever. Eu sei que não digo nada de interessante e que pouco importa aquilo que penso, ainda assim gosto de fazer aquilo que me dá na cabeça.
Há uns dias dei por mim a pensar se seria capaz de dizer coisas com piada. A verdade é que sou mas nem sempre. No meio deste pensamento surgiu, como é hábito, uma teoria acerca do humor. A verdade é que os humoristas só têm piada porque as pessoas os vêem como "pessoas com piada". Por vezes tenho a certeza que se riem porque, por exemplo, foi o Ricardo Araújo Pereira, ou o Bruno Nogueira, ou o Herman que disseram. Se fosse eu a dizer precisamente a mesma coisa, provavelmente não se riam. Claro que estou a generalizar todo este pensamento e não quero, de forma alguma, retirar o mérito aos humoristas que referi. E se fiz referência a estes é porque são dos que mais admiro, porque fazem piadas inteligentes correndo o risco de que só uma minoria os entenda. No entanto, como têm de ter audiências muitas vezes perdem a qualidade e fazem proveito do estatuto que já atingiram para que o humor menos bom vingue.
E pronto, cá estamos... eu também gostava de ter estatuto para fazer com que sempre que dissesse, por exemplo, "queijo", as pessoas se rissem. Será que um dia vou conseguir? Não, afinal não quero. O desafio é ter mesmo graça e não estatuto. Vou continuar a dizer as minhas piadinhas "sequinhas" e pronto.
Beijinhos à prima

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A calma

Estavas perdida nas ruas iluminadas daquela cidade. Estavas ali há tanto tempo quanto aquele que andei à tua procura. Perdi-te várias vezes mas gostei de te reencontrar desta vez. Estavas diferente, mais adulta, menos tímida. Estavas claramente apetecível.
Sempre gostei dos nossos encontros. Chateamo-nos mas quando nos reencontramos há sempre algo diferente em nós. As nossas separações fazem-nos crescer, é esta a conclusão a que chego.
Ainda assim pergunto-me:porque não te posso ter sempre? Era muito melhor para mim e para ti. Tu não andavas a vaguear pelas ruas e eu estava sempre bem.
Cheguei à conclusão que isto seria demasiado fácil, viver seria demasiado banal e não pode ser assim. A vida tem de ter essência e tu, tal como tantas outras coisas, tens de ir e voltar para que cresçamos juntas, neste mundo perdido.
Gostava que agora ficasses comigo um tempo, pode ser?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A dor

Não tenho medo da dor desde que saiba o que a provoca. Isso é ser forte? Não, é ter noção de que a única coisa que posso fazer é tentar acalmá-la. E quando não sei de onde ela vem, o que a está a provocar? Quando não sei, pouco posso fazer. Ou espero que passe, ou tento enfrentá-la, ou trato-a. Não há que ter medo da dor, ela não tem medo de nós.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Florence And The Machine - estreia em Portugal

Florence And The Machine apresentaram o álbum "Lungs" ontem no palco da Aula Magna, em Lisboa. Florence levou as centenas de fãs ao rubro quando lhes pediu que invadissem os lugares doutorais. A frente do palco ficou completamente preenchida e a sala em completa euforia.
A banda inglesa foi acompanhada sempre pelo coro de fãs que nunca se sentaram nem pararam de bater palmas ao longo da hora e meia que Florence esteve em palco. A vocalista mostrou uma energia fantástica  e nunca deixou cair a energia do público. Florence manteve os agudos que lhe são característicos sempre afinados, tanto nas músicas mais calmas como nas músicas mais pujantes.
A banda pop/rock ganhou recentemente o prémio de melhor álbum na Inglaterra e ontem demonstrou-o em palco. Conquistou os fãs portugueses e abriu assim as portas para outro possível concerto no nosso país.
Florence elogiou o público de ontem e mostrou-se comovida com a cumplicidade que conseguiu criar dentro da Aula Magna. Este foi o último concerto da tournée europeia e a banda vai actuar no próximo mês nos Estados Unidos, nas cidades de Boston, Nova Iorque, Filadélfia, entre outras. 


(Florence And The Machine - Cosmic Love - Aula Magna)

domingo, 14 de março de 2010

...

"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."

Fernando Pessoa

sexta-feira, 5 de março de 2010

Bom senso, existe ou nem por isso?

Cá eu, acho que ele existe mas não é na internet. Por aqui, por estas bandas ou códigos, como queiram, não existe bom senso. Eu sou uma pessoa/gaja/miúda/rapariga/Senhora que está no Twitter, no Facebook e no Flickr e sabem uma coisa? Isto por estas bandas é uma falta de respeito. As pessoas usam e abusam das palavras de outros e nem assinalam quem foram as fontes.
Eu no outro dia estava a reflectir em relação à palavra fontes que, como sabem, tem dois sentidos: fonte de água e fonte de informação. Uma fonte brota coisas, não é? Pois e nós quando estamos em frente a uma fonte de água sabemos, à partida, que existe uma nascente, algures, por ali. Mas quando estamos perante uma fonte de informação, nos dias que correm, nunca sabemos onde anda a nascente. Tanto pode ser aquela fonte a nascente, como outra qualquer. E isto é muito confuso e podia ser resolvido se existisse bom senso. Ou melhor, eu acho que se tirassem todos um curso de Jornalismo também resolvia a coisa mas o jornalismo anda em crise e eu não quero arriscar.
E pronto, tenho dito, cuidado com as fontes que advêm de outra fontes e que ... isto vai tudo parar ao diz que disse e mais tarde ou mais cedo as "senhora(s) da mesa ao lado" vão passar a ser banais.

Filmes 3D e os amblíopes

Reparem na minha crise de criatividade que até vou roubar uma piada à minha mãe. Sim, leram bem, "à minha mãe". Ora bem, a minha mãe é amblíope de um olho, ou seja, tem um "olho preguiçoso", que não acompanha o outro e que vê mal que se farta. No fundo, a minha mãe tem dois olhos e um é alentejano e passa a vida a dormir debaixo do chaparro. Continuando...
No outro dia, enquanto ouvia rádio, descobri que nos filmes em 3D são projectadas 120 imagens por segundo, 60 para o olho esquerdo e 60 para o olho direito. Ora bem, como devem estar já a imaginar, a minha mãe e todos os amblíopes só vêem 60 imagens por segundo, o que equivale, no total, a metade do filme. Acham justo que continuem a pagar o mesmo? Eu não acho. Reivindico aqui o Cartão Amblíope para filmes 3D com 50% de desconto. E já agora, eu tenho um cérebro preguiçoso, será que me podiam dar um desconto também? Afinal de contas eu também só percebo metade dos filmes, a outra metade é aquela que se assemelha às novelas da TVI... no pasa nada.

terça-feira, 2 de março de 2010

Escolha

Olhei para ela e senti-a distante. Há dias que andava assim, distante, com momentos de enorme felicidade e outros em que se retirava do mundo para viver a solidão que lhe estava estampada no rosto. Ela nunca tinha tido este tipo de comportamento, bipolar e solitário. Eu queria perguntar-lhe o que se estava a passar mas não conseguia, tinha medo da resposta e de não a conseguir ajudar.
Fui observando-a. Nos momentos em que ela ficava pensava, solitária, presa a um mundo só seu, eu fixava-a e tentava interpretar-lhe os movimentos. Era esta a única forma que tinha de perceber mais qualquer coisa, visto que o que ela estava a sentir lhe estava estampado no rosto.
Eram as mãos, não paravam quietas. Mexiam em tudo o que as rodeava e passavam-lhe várias vezes pelo cabelo. Acariciavam-lhe o pescoço, ficando muitas vezes uma delas agarrada, fortemente, à parte de trás do pescoço. E foi aí que percebi, percebi tudo. Ela está apaixonada. Não sabe o que fazer. Ele não avança. Ela muito menos.
Bem, ao menos isso, não é nada de grave e apaixonou-se finalmente. Resta saber se é desta, já que demorou tanto para escolher.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Apelo ao B(v)oto no Blog Awards

Bem, primeiro eu pensei que não deveria fazer isto dado que poderia parecer um pouco anti-ético. Depois comecei a passear pela blogosfera e cheguei à conclusão que não existe ética neste mundo. Desde oferecerem recompensas, a apelos descarados ao voto, eu já vi de tudo. Pois é, e eu, o que vou fazer para que votem no meu blog no Super Blog Awards? Pois, pensei em não vos oferecer algo em troca, visto que também não tenho nada para dar. Quer dizer tenho aqui Halls de Mel e Limão, se alguém quiser eu posso oferecer um em troca do voto. Que dizem? Halls, é bom. Faz bem à garganta. Não querem? Pois, já sabia.
Depois achei que mesmo que fizesse um apelo descarado ao voto ninguém iria votar na mesma. Isto porque é um bocado chato votar naquilo, têm de criar um login e tal e só depois podem votar, se não estou em erro. E vejam, esta foi a parte em que pensei em vocês caros leitores, e no vosso bem-estar. Claro que não estou a querer com isto que vão agora votar no meu blog só porque penso no vosso bem-estar mas até que dava jeito.
Ah e mais uma coisa, eu prometo que se ganhar os 1500€ (algo impossível) que vou ficar com o dinheiro todo para mim e gastá-lo naquilo que me apetecer. Claro que vos posso premiar com as minhas aventuras dos 1500€, seria bastante interessante acreditem.
Por fim, resta-me dizer que este meu discurso foleiro não me vai levar a lado nenhum mas que se tiveram paciência para o ler vos dou os meus sinceros parabéns e voltem sempre.
Ah, falta-me dizer uma coisa, se quiserem realmente, depois de tudo isto, votar no meu blog, é só clicarem no dístico da Super Bock que se encontra na faixa lateral direita do blog.
Despeço-me consciente de que este é o pior discurso de apelo ao voto alguma vez feito,
abraços.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

passei-me LOL

Era uma vez...
Era? Era uma vez? Isto, nem os putos gostam de ouvir os pais a ler uma história e a dizer "era uma vez". Se era já não é, já passou, já foi, já não existe, boa? Eu acho que deve haver também uma remodelação nas expressões. Que tal um acordo expressivo? Sócrates, que dizes? Aposto que tens boas expressões para introduzir com este acordo. E também aposto que iríamos ganhar imenso com as expressões dos nossos amigos brasileiros. Han? Que tal? Show dji bola...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O lado de cá e o lado de lá

O meu nome é Jonas e vivo do lado de cá. Eu sei que tu, que me lês, vives do lado de lá mas não te preocupes, eu sou inofensivo e venho agora, pela primeira vez, dizer a esse lado o que penso dele.
Eu sinto-me muito só aqui no lado de cá. Raras são as vezes em que encontro alguém e quando encontro vão todos com pressa para encontrar a porta para o lado de lá. Ainda não percebi a razão da pressa nem o porquê de não gostarem do lado de cá. O que penso, sempre que os vejo, é que nem quero perceber. Eles passam por mim a transpirar raiva, ira, ódio, revolta, tudo sentimentos que trazem do lado de lá mas dos quais não se conseguem 'desfazer'. É estranho, eu sinto que nasci aqui, deste lado. Desde sempre que me lembro de andar por aqui, perdido, sem os meus pais. Raramente os via mas quando via, lá iam eles, com aquele ar irado mas sempre me disseram para me manter aqui, deste lado. Acho que sou o mais antigo do lado de cá e ultimamente têm-me vindo parar ás mãos alguns pupilos. Afasto-os e coloco-os a viver na fronteira para que ganhem força e coragem, se ficarem por cá. Se passarem para lá já sei que não tinham força de vontade para permanecerem por aqui, comigo.
Nos últimos tempos tenho visto coisas inéditas e alguns dos pupilos têm-se aguentado bem. Acredito que destas últimas 'fornadas' fiquem por cá uns quantos. Ainda bem, assim tenho companhia.
O nosso trabalho, cá deste lado, é simples: observar as asneiras do lado de lá. Ultimamente o lado de lá tem-me dado imenso trabalho, quase não tenho dormido. As asneiras seguem-se, umas atrás das outras, pelo mundo fora. É por isso que cada vez compreendo melhor os meus pais e é por isso que sei que gostam de mim, porque me fizeram ficar deste lado.
O lado de lá é cada vez mais cruel, vingativo, desordenado e sem valores. A sociedade mundial está a ficar perdida. Existem nela os 'coitados', os 'espertos', os 'pseudo-espertos' e os 'pseudo-intelectuais'. Estes últimos são os que me dão mais trabalho, têm mesmo a mania que sabem tudo mas ainda não perceberam que se atingissem a intelectualidade, pura, estariam deste lado, de cá. Eu acho muito estranho, admiro-os imenso, a sério e a sociedade também, segue-os como se fossem líderes. Até votam em alguns deles para assumirem cargos de poder, por vezes mas não percebem que eles são 'pseudo'. E o que é 'pseudo' neles? Tudo. Tudo é 'pseudo': 'pseudo-poder', 'pseudo-liberdade', 'pseudo-inteligência'. Como é possível que os 'pseudo', os verdadeiros mentirosos, tomem conta do lado de lá? Como? Quando todos se tornarem 'pseudos', que eu acredito piamente que um dia aconteça, vai ser perigoso. E até acho que a guerra vai rebentar. Não sei o que fazer com os recém-chegados ao lado de cá, só espero que se aguentem todos por aqui.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Perdi-te, naquele dia...

Foi na noite em que te perdi que senti que o mundo ia acabar. Só me lembrava dos nossos primeiros momentos juntos, tão perfeitos como tudo o que é novidade. O amor era a palavra que nos descrevia, estava estampado nos nossos rostos, nos nossos gestos, nos nossos momentos, na nossa atitude, no nosso dia-a-dia. O amor, esse sentimento que nos mata com a sua ausência. É incrível o poder do amor, não há sentimento tão poderoso como esse, nem tão completo. O amor, é o que nos move quando o temos e o que nos mata a alma quando parte. O amor, que parte, muitas vezes, sem dizer nada, sem avisar, sem deixar um bilhete de despedida.
Quando estavas comigo eu não pensava em ti mas sim no amor que nos unia. E agora? Agora penso no amor que procuro, no amor impossível, no amor que tivemos e que queria voltar a ter. Se soubesses a falta que me fazes amor, eu tenho a certeza que pensavas duas vezes antes de teres partido sem avisar.
Para a próxima dá-me tempo para me habituar à ideia, não partas sem aviso, não partas sem que me deixes deixar de te sentir.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A liberdade que eu quero

Nunca pensei que o estado a que o país chegou me conseguisse irritar tanto. Estou a ser sincera, nunca pensei mesmo. Andei ligada à vida política durante algum tempo e nos últimos meses desliguei-me completamente. É estranho, porque desde que nasci que oiço falar de política, do estado do país, do presidente da república, do primeiro ministro, das leis, das medidas, dos diplomas, da assembleia, dos deputados, dos sindicatos, das manifestações, das causas e das consequências. Graças a esta educação política que os meus pais me deram, esta área sempre foi uma das que mais me cativou. Mas, e agora? Hoje, neste momento, sinto uma repugnância enorme do rumo da política, não só nacional mas mundial. Ainda assim admito que a política nacional é a que me repugna mais, devido à proximidade certamente. A minha vontade é partir e deixar para trás este país que leva um rumo miserável e caótico. A sociedade portuguesa está embutida na estupidez política. Os políticos portugueses prendem a sociedade a torto e a direito. A juventude, aquela que se devia começar a mexer e preocupar com os assuntos do país, permanece inerte. E eu? Que faço aqui?
Como alguns sabem, e os que não sabem ficam a saber, eu sou estudante de jornalismo. Quando entrei para a faculdade, há dois anos e meio, nada me fazia pensar que no dia em que saísse de lá para o mundo do trabalho as coisas iriam estar como estão. Não me refiro só às últimas atitudes do nosso primeiro-ministro, na tentativa de censurar jornais e de não permitir que exista a tão desejada liberdade de expressão, refiro-me também ao mundo do jornalismo. Um mundo de rivalidades, de intrigas, de "vou com a tua cara", de ... nem sei. Acham mesmo que eu, jovem minimamente consciente e educada em liberdade, quero entrar para este mundo? Pois, pensem o que quiserem, eu digo-vos que não quero. E sim, estou a abandonar um dos sonhos que desde sempre tive. Sim, estou a abandonar, à partida, algo para que dizem que até tenho jeito. Sim, estou a abandonar um mundo de rivalidades, intrigas, opressão, censura e de falta de liberdade. Ou, por outro lado, estou simplesmente a afastá-lo, por tempo indeterminado, da minha vida. Eu não quero ser mais uma das que escreve porque lhe mandam escrever. Eu não quero assinar notícias que o meu superior alterou, porque não lhe convinha o que escrevi. Eu não quero, e não posso, permitir-me entrar num mundo onde a minha liberdade é comida a torto e a direito.
Além disto, eu também não quero continuar a viver num país onde, apesar de saber que ninguém se mexe para nada, a injustiça reina. Eu não quero ser mais uma das que vai "lamber botas" só porque parece bem. Eu não quero ser mais uma das que vai ser infeliz só para ganhar dinheiro.
Sabem o que vos digo? Prefiro viver num país mais pobre mas onde existam pessoas socialmente despertas. Prefiro ter um trabalho mais modesto, do que ser conhecida por aquilo que nem fui eu que escolhi ser. Prefiro puder, no fim da minha vida, erguer a cabeça e dizer "eu fui livre ao longo de toda a minha vida".

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O sonho real

Adormeci...
Ele apareceu e despertou-me do sono. Tinha voltado após tantos dias de ausência. E porque seria? Não sabia mas apetecia-me perguntar-lhe.
Ele vinha para estar comigo e começou a conversar, como se não tivesse estado ausente durante tantos dias. Eu fixei o meu olhar no dele e fiquei ali, a ouvi-lo mas sem o perceber. Só conseguia pensar na última vez que tínhamos estado juntos...
Passeámos, durante horas, pela praia, de mão dada. Conversámos imenso, como de costume e, finalmente, ficámos a conhecer-nos melhor. Nunca tinha estado com ele sem ser na minha cama, no calor. Mas naquele dia, saímos e o calor não estava presente. A brisa marítima era gelada, e gelou-nos. Mas continuámos ali, durante horas, a passear, para trás e para frente, no areal, junto ao mar. De vez em quando ele abraçava-me, para me aquecer. Foi tão bom.
Mas hoje ele estava a levar a conversa por um caminho estranho. Eu estava com medo do que poderia sair dali, ou era muito bom ou era muito mau, eu sabia. Nisto percebi que ele já tinha estado comigo sem ser naquele dia, na praia e durante algumas noites. Eu já o tinha visto fora daqui, já tinha estado com ele, no café. Eu conheci-o, finalmente, era ele. Ele tinha o olhar daquela pessoa. Ria-se da mesma forma. Ok, encontrei-o. E agora? Já não é um sonho, é real e não sei o que fazer.   

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

coração

Gostava tanto quando o meu coração disparava. Indicava adrenalina, alegria, medo mas tudo controlado. Agora? Agora não gosto. Ele dispara com frequência e não com o medo mas sim para me amedrontar. Porquê? Não sei. Mas fá-lo diariamente. Assusta-me diariamente. Mata-me de medo.
É normal? Ter medo do meu próprio coração? Não é... Acho que ele anda com algumas perturbações. Mas não tenho a certeza. Gostava que ele disparasse com medo do amor, por exemplo. Gostava que ele disparasse com medo da incerteza. Gostava que ele voltasse a ser o que era.
Acham que sente falta de amor?
Eu não sei mas acho-o tão irrequieto que penso que me quer trair a qualquer momento.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

...

Há algo que me invade. Que me rói. Que me inspira. Que transpira. Que vive dentro de mim. Que ao mesmo tempo me mata e faz viver. Que me diz "não desistas". Que me diz "insiste". Eu sinto-o dentro de mim, sinto-o a transpirar alegria e, ao mesmo tempo, tristeza.
Quando me mata faz-me desistir, quando me empurra faz-me viver. Eu sei que isto de que falo sou eu. Eu sei que isto que me inspira e faz desistir sou eu. Eu convivo comigo, muitos convivem comigo, todos convivemos com todos e todos sabemos que quem comanda somos nós. É esta a vida que temos, é esta a vida que fazemos.
O que faço é porque quero fazer e o que sinto é porque deixo sentir.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Maria

Lá estava ela sentada no degrau das escadas que davam acesso à porta principal da casa em que dormia. A casa não lhe pertencia, era uma casa alugada com companheiras de curso. Por norma, ela ficava ali sentada a pensar, porque lá dentro não conseguia. A confusão que criavam dentro daquela casa era tal que ela não se sentia bem, não conseguia sentir que pertencia àquela casa. Estava ali sentada há mais de uma hora, a chorar, compulsivamente e ainda ninguém tinha dado por ela. Se entrasse dentro de casa todos se preocupariam com ela, porque todos gostavam dela. Todos se preocupavam mas não percebiam que ela não estava bem, que ela não estava a passar por bons tempos. A vida tinha dado uma volta de 180 graus nos últimos tempos, tinha descoberto que estava doente e não sabia como contar aos pais e aos amigos. Pensava que ia morrer. Enfrentava os dias com grande audácia e felicidade mas depois, no fim do dia, na escuridão da noite, sentia-se mal e chorava, chorava horas a fio. Não sabia com quem falar, só sabia que tinha de falar com alguém e que precisava de desabafar.
Ela levantou-se do degrau, secou as lágrimas que lhe corriam pelo rosto, penteou o cabelo com os dedos, ergueu a cabeça e entrou dentro de casa, a sorrir. Sorria para esconder a tristeza, como fazia ao longo de todo o dia. Escondia a tristeza com sorrisos, brincadeiras e com o bom humor que lhe era característico. Ao entrar em casa foi, como era hábito, bombardeada de perguntas: onde é que estiveste? o que estiveste a fazer? com quem estiveste? porquê que desapareces sem dizer nada a ninguém?
Após estas perguntas decidiu finalmente contar às companheiras o que se passava, não aguentava mais, não conseguia esconder mais do mundo o problema que tinha. Começou a chorar, abraçou a primeira amiga que lhe apareceu à frente e esteve ali, nos braços dela, mais de trinta minutos, a chorar, sem conseguir dizer uma palavra. A meia hora que passou foi a melhor coisa que lhe aconteceu nos últimos tempos, conseguiu finalmente sentir-se aconchegada, acompanhada, acariciada, sentiu o que precisava. Não sabia porquê que ainda não tinha contado ao namorado, nem aos pais, nem a nenhuma das amigas. Simplesmente não tinha tido coragem, nem tinha encontrado o momento certo. Não sabia quando é que o seu problema ia ficar resolvido, só sabia que precisava de companhia para o enfrentar. E era este o momento certo, era este o momento em que ia conseguir desabafar e começar a sentir o carinho de que precisava.
E contou, contou que tinha um pequeno nódulo nas cordas vocais e que ia ter de ser operada em breve. Podia ficar sem voz para sempre e podia recuperar. Mas estava com medo, nem o médico sabia o que o futuro lhe reservava...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Vício

Dei por mim a pensar no único vício que tenho e percebi que não é um vício mas sim um prazer.
Para mim, os vícios só são verdadeiramente vícios quando os deixamos. É aí que sentimos a falta e é aí que eles passam de prazer a vício.
É na falta que se forma o vício.
É na alma que se forma o prazer.
E é por isto que os prazeres são difíceis de largar. Fazem, a partir do momento em que se formam, parte de nós. São parte do nosso "eu". São características da pessoa que somos e que mostramos aos outros. Já os vícios, esses, matam, aos poucos, aquilo que somos.
Na vida vamos ganhando prazeres e vamos substituindo-os. É mais uma das tantas fases que a vida tem. E é mais uma das coisas a que o ser humano se vai adaptando com a vivência.

MESA-Vício de Ti

domingo, 31 de janeiro de 2010

Houve qualquer coisa de estranho naquele dia. Ele sabia da existência daquele momento.Não o sabia descrever. A única coisa de que se lembrava era daquela cara. Aquela boca que, timidamente, passou a ter o formato de um "c" deitado com as pontas para cima. Aquele olhar ternurento que lhe foi lançado. E porquê? Porquê que ele se lembrava daquele momento? No fundo, sabia melhor que ninguém, que tudo isto podia não ter sido para ele. Mas, felizmente, ele apanhou-o. Apanhou o olhar, apanhou o sorriso, apanhou o momento. Se lhe perguntassem o que é que tudo isto lhe fazia lembrar, ele dizia, simples e rapidamente: uma fotografia. Ele a máquina fotográfica, ela o objecto fotografado. Ele captou o momento, com tanta nitidez que tinha medo de pensar que não se voltaria a repetir. Claro que sabia que isso era, na teoria possível, na prática quase impossível.
Viu-a no metro, quando saía rapidamente da carruagem e ela entrava. Vinha com os olhos colados ao chão e raramente levantava de lá o olhar. Tinha no bolso o iPod, o instrumento que lhe animava os primeiros minutos da manhã. A música que ouvia na altura, sabia-a de cor. De repente tropeça e ergue momentaneamente a cabeça, de forma a dar a entender que aquele "jeito desajeitado" não lhe era característico. Ao mesmo tempo que levanta a cabeça, mente descaradamente à sociedade. Ele sabia que quase todos os dias tropeçava em si próprio, mais do que uma vez ao dia. Aquela era apenas a primeira, daquele dia. No momento em que ergueu a cabeça, sorrio, de forma a mostrar que estava bem e que o dia lhe estava a começar ao jeito, desajeitado. E, pela primeira vez, o sorriso foi-lhe retribuído. Ela sorrio-lhe, carinhosa e timidamente, mostrando-lhe um ar de compaixão. Na altura, ele quase nem reparou que ela lhe tinha sorrido. Ele quase nem viu o quão bonito era aquele sorriso. Ainda assim, não houve um minuto em que não pensasse nele.
O ar desajeitado que tinha, caracterizava-o tão bem, por fora e por dentro. Foi este ar que o tramou, foi este ar que o fez não reparar e correr atrás daquele sorriso. E agora? Será que o vai ver novamente? Ele pode cruzar-se com ela todos os dias e nem ter reparado. Ou ela pode ser só mais uma pessoa que passou, naquele momento, na sua vida e que nunca mais vai passar. Ela podia estar de passagem pela cidade. Podia ser estrangeira e estar só de passagem. Podia tantas coisas que ele foi dormir e sonhar com aquele sorriso. Interiorizou que era impossível voltar a vê-la, voltar a cruzar-se com ela à saída do metro. Voltar a ver aquele sorriso. E interiorizou-o para parar de pensar nisso.
No dia seguinte, só se lembrou dela quando ia a sair da carruagem e tropeçou novamente, desta vez não sorrio mas ergueu a cabeça à procura dela. E ela? Não estava lá. Foi aí que se lembrou do sonho que teve naquela noite. E tão perfeito que foi...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Há fases em que a vida não é vida. É um mero seguimento de acontecimentos esperados e ritmados na melodia que nós produzimos a cada dia que passa. Se sei o que é a vida? Sei. Sei o que é sofrer? Sei. Sei o que é viver? Não sei. Viver é difícil e, no dia em que aprender a fazê-lo, morrerei. Só a morte nos faz chegar à vida. É estranho não é? Eu sei. Mas é o que penso. Quando temos a morte à nossa frente é que sabemos o que foi viver. É que sabemos o que é a vida e é aí que lhe damos valor. Agora? Limitamo-nos a seguir aquilo para que a sociedade nos formata. A nossa vida gere-se à volta de regras incutidas desde o dia em que nascemos. Isto é viver? Não...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

E quando não temos nada para dizer? E quando existe um enorme vazio dentro de nós? E quando já nem pensar conseguimos? E quando a única coisa que queremos fazer é dormir?
Paramos...
Olhamos...
Pensamos...
Apreciamos...
Pensamos...
Choramos...
Pensamos...
Morremos...
e...passado um tempo, ressuscitamos.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ele e Ela

E lá ia ele. Desajeitado e com a mochila às costas. Parecia feliz por ir para a faculdade, porque seria?
A mãe tinha lhe dito para não sair de casa sem tomar o pequeno almoço, o que o atrasou. Ia num passo acelerado e o sol estava a perturbar-lhe a visão. Tirou a alça esquerda da mochila, pendeu-a para o lado oposto e num gesto rápido abriu o fecho. De lá tirou os óculos de sol e rapidamente, colocou-os na cara. Fechou a mochila, voltou a pô-la às costas e começou a correr. Corria para passar as passadeiras com os sinais vermelhos, corria para não chegar atrasado, corria porque tinha um exame à sua espera. Mas porquê tanta felicidade? Estava-lhe estampado no rosto, ele sorria enquanto corria, sozinho, pelas ruas entupidas de trânsito. Será que havia mais qualquer coisa que o fazia correr?
A respiração era ofegante quando entrou dentro da sala. A cara passou de sorridente para séria, enquanto olhava para a professora. A professora deu-lhe a prova, a folha de teste e disse-lhe quanto tempo tinha para fazer o exame. Ele levantou a cabeça, procurou um lugar e dirigiu-se para ele. Era na última mesa da sala mas isso fê-lo voltar a sorrir. Aquele pequeno trajecto tinha no meio a razão de tanta alegria.
Lá estava ela, sentada, a fazer a prova. Mal o viu entrar levantou a cabeça. Olhava carinhosamente para ele enquanto ele ouvia as explicações da professora. Ela estava à espera que ele levantasse a cabeça para lhe sorrir. E foi isso que aconteceu, sorriram ambos, sorriram apaixonadamente um para o outro. Ele passou e ela voltou a baixar a cabeça e a concentrar-se naquilo que estava a fazer. É inteligente, nota-se pelas respostas elaboradas que está a dar.
Ele sentou-se e continuou a olhar para ela. Sabia de cor cada fio de cabelo, cada gesto e sentia-se bem quando a tinha por perto. Concentrou-se, por fim, no exame. Ele também é um bom aluno mas não tinha dormido bem e a concentração não era constante. Passou a noite a pensar nela, nos sorrisos, nos olhares, nos carinhos que trocaram naquele dia. Tinha sido um dia importante, tinha sido o dia em que se tinham beijado pela primeira vez e ele sentiu que a amava realmente. Sentiu que era a ela que queria.
O tempo para fazer o exame terminou e os dois tinham preenchido sabiamente cada linha da folha de teste. Saíram e não sabiam o que fazer. Não sabiam se haviam de trocar um beijo longo e profundo, se haviam de se cumprimentar como faziam anteriormente. O amor decidiu por eles e trocaram um longo e terno beijo. E lá foram, a sorrir, beber um café e conversar.

(um dia pode ser que acabe esta história : ) espero que gostem)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

...

É triste sentir a tristeza. É triste pensar que não somos capaz. É triste sentirmo-nos impotentes perante certas coisas. É triste viver sem vida. É triste viver sem sorrir. É triste viver sem inspiração. É triste sentirmos que os momentos felizes passam a correr e raramente passam.
Será que a felicidade não vê os sinais que dizem "paragem"?
Será que a felicidade não vê?
Será por isso que só nos encontra quando lhe damos um encontrão?
É triste ser triste. É triste estar triste.
Quando nos sentimos sozinhos vêmos que, talvez, aquilo que nos rodeia é quase sempre superior a nós próprios. E porque estamos sozinhos? Porque nos sentimos superiores a tudo. O egoismo traz-nos a solidão e a tristeza. Mas também nos traz a felicidade. Ainda assim, a felicidade que nos traz é ilusória. É uma ilusão feliz, enquanto dura.
Hoje estou aqui, feliz ou infeliz?Egoísta ou ...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Amor

Amo-te. Sabias?
Amo-te tanto. A sério. Já não consigo passar uma noite sem ti. Sem te ter, sem te ver.
E tu também me amas, já mo disseste. Acho que é por saber que me amas que te consigo amar.
Todas as noites espero ansiosamente pela tua chegada. Enrolada nos lençóis espero que me venhas aquecer. E quando demoras a chegar? Fico sem saber o que fazer, sem conseguir adormecer. Só penso em voltar a sentir-te. Em voltar a ter-te perto de mim, a aconchegar-me.
Quando chegas o meu sorriso torna-se estupidamente intenso. Tu sorris-me de uma forma tão bonita que até tenho vergonha se não conseguir sorrir de igual forma. Ainda assim sei que o meu sorriso “não chega aos calcanhares” do teu. O teu sorriso é forte, bonito e calmo.
Tu acalmas-me tanto sabias? Tenho pena de só puder estar contigo à noite, na cama. Tenho pena de não puder passear contigo de mão dada pela rua. De não puder ir às compras contigo e dizer “sim, é este o homem da minha vida”. Será que algum dia vamos puder fazer isso? Será que algum dia vamos puder casar, ter filhos e uma casa só nossa? Será que nos vamos puder encontrar fora dos lençóis da minha cama?
É isto que é o amor: a eterna esperança, a eterna procura, a eterna espera…É por isso que detesto acordar e ver que já não estás lá. Mal abro os olhos derretes-te no calor da cama. E é por isso que sei, que só nos sonhos consigo amar. Que só nos sonhos existe o verdadeiro amor.
Vou adormecer, por favor, aparece de novo.  

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ora, pela primeira vez, deixo-vos com música:
Maria Rita - Num Corpo Só

...

Sentia-se perdida. O mundo escorregava-lhe das solas dos sapatos. As amizades pareciam fugir-lhe por entre as mãos. O amor, esse, sentia-o dentro dela. Um dia perguntou a si mesma se o amor valia a pena. Perguntou a si mesma se o amor, que a fazia mover-se pelo mundo, era assim tão especial. Perguntou a si mesma se esse amor era verdadeiro. Insistiu em perguntas de interpretação do amor, esse sentimento nocturno que nos invade.
No dia seguinte acordou e decidiu não amar. Decidiu colar as solas dos sapatos ao mundo. Decidiu agarrar as amizades entre as belas mãos que possuía. Decidiu que o amor que tinha por si própria só podia ser vivido desta forma.
Passados alguns dias sentiu-se estranha e questionou-se novamente acerca desse sentimento nocturno. Decidiu dar-lhe uma hipótese. Começou a amar alguém. Alguém que não a amava mas que a fazia sentir bem. Alguém que não a amava mas lhe dava prazer. Alguém que não a amava mas que lhe dava forças. Alguém para quem ela era indiferente mas que lhe transmitia paz. E foi aí que percebeu que o mundo é feito de equilibrios e não de excessos. Foi aí que percebeu que se podia amar sem ser amado. Que se podia sentir sem ser sentido. Que se podia viver sem querer viver. Que se podia encontrar sem procurar.

sábado, 16 de janeiro de 2010

"Olá sr.medo"

É quando o medo se apodera dos nossos dias que ganhamos força para enfrentar a vida. É quando o medo nos invade e nos provoca dor, raiva e ao mesmo tempo tristeza que ganhamos vida. É com o medo que temos de aprender a viver e não com a felicidade. A felicidade, essa, aparece-nos e muitas vezes nem valor lhe damos, só quando estamos tristes. Mas o medo, esse, nunca o ignoramos. Ele é, inicialmente, mais forte do que nós. Ainda assim, é quase sempre superável e quando não o é habituamo-nos a ele. Hoje decidi dizer "olá sr. medo, eu sou a Inês e gostava de ter uma boa relação consigo, acha possível?" ... ao que ele me respondeu "claro que sim, toda essa simpatia e boa disposição farão com que tenha uma boa relação comigo."... e não se ficou por aqui, ainda me desejou um bom ano!
Agora sim, estou pronta para a vida...  

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

...

pois é... os dias passam, as horas passam, os minutos passam, os segundos passam, o comboio passa, o avião passa, o autocarro passa e eu?Fico aqui...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

...

E foi assim...ao sentir-te que sorri.
Não te sorri de imediato, não te sorri cara-a-cara, simplesmente, sorri. E continuo a sorrir sempre que te vejo. Continuo a perseguir-te os passos quando estás presente. Continuo a pensar em ti mesmo quando não te vejo.
Continuo e sinto. Sinto que te quero mesmo sem saber se me queres. Sinto que me queres mesmo sem me dirigires a palavra. Sinto-te mesmo sem te tocar. Quero-te sem nunca te ter tido. Persigo-te mesmo sem te ver. Olho-te quando não me olhas. Escondo-me quando te presinto. Encolho-me quando me tocares.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

...

Se ao menos tivesse sentido mais do que a ponta do teu pé. Se ao menos tivesse visto mais do que um sorriso envergonhado. Se ao menos me tivesses dado a mão. Se ao menos olhasses para mim agora.
Eu não quero, e não gosto, de pensar em ti mas a solidão torna-o inevitável. Procuro-te nas noites frias, nos dias cinzentos, na falta de auto-estima ... na falta de amor. Sei que não me deves querer mas, posso tentar?
Gostava que dissesses que sim. Mas como? Tu não falas e eu não te falo.
Se as pontas dos pés falassem...
Se a vergonha falasse...
Se...

Porquê que somos assim?

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sentei-me para o ouvir,
Ele estava ali ao fundo,
Só me apetecia sorrir,
Só me apetecia roubá-lo do mundo.

Ele vinha e ia.
Tornava a vir,
Voltava para trás.
E eu?Sorria.

Nas pontas trazia espuma
e fazia caracóis quase perfeitos.
Enrolava-se em si próprio e
chegava cronometradamente à costa.

Era ele. O mar.
Era ele. A água salgada.
Era ele. O que nos ajuda a bronzear.
Era ele. O que me faz pensar.

É nele que te vejo.
É ao vê-lo que te sinto.
É com ele que revejo,
O beijo com que minto.

O beijo que te dei,
O beijo que te darei,
O beijo que te dou,
O beijo que faz de mim quem sou.

Podes voltar e ir,
Tal como ele faz.
Mas não me faças rir,
Nem pensar que não sou capaz.

O meu sorriso esconde tristeza.
O meu sorriso tapa-me a amargura.
É com ele que te enfrento,
É ele que te leva ternura.

Não me deixes aqui.
Diz-me para parar de rir.
Diz-me para te voltar a sentir.
Eu só quero morrer a rir.

Enquanto viver quero sentir,
O teu amor,
O meu amor,
O nosso momento,
O nosso sentimento,
O nosso pequeno investimento,
A nossa paixão.

É com vergonha que te digo,
Que se me quiseres voltar a ver,
Por favor não seja a sorrir,
Por favor, eu só quero sentir.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

- Estás?
- Já vi que não...

- Já aqui estás?
- Pois...continuas ausente!

- É só para dizer que preciso de falar contigo...quando estiveres fala ou se vires isto manda mensagem.
- Eu estou aqui.
- AH e não dizias nada?
- Desculpa estava aqui a fazer umas coisas.
- Claro agora pensas que isto é assim!?Não me ligas nenhuma e até preferes "coisas" a uma conversa comigo!?
- Não...eu estava a trabalhar!
- Ok. Trabalhar ...


Agora sou eu, a Inês. Simulei aqui um diálogo entre um casal, para perceberem o porquê do fenómeno dos divórcios estar a aumentar.
Há "um par de anos" atrás este diálogo simulado por mim nunca aconteceria. As pessoas quando falavam era cara a cara e não através de engenhocas electrónicas, redes sociais, chats, etc. Não existia tanta perseguição no casal. Hoje em dia o parceiro é vigiado quase 24 horas por dia e se não deixar que isso aconteça o outro, faz um escândalo. Isto é normal? Não é... estas coisas das novas tecnologias só nos fazem é mal mas ninguém me lê...acham que eu só digo parvoíces.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Finalmente decidi postar uma coisa a sério. Quando digo a sério refiro-me a algo concreto, mais propriamente uma opinião formada acerca de um assunto que está "na berra". (era agora que era suposto rir)
Casamento Gay, homossexual, entre pessoas do mesmo sexo, o que quiserem, para mim é igual.A conclusão a que eu chego é que o nome não interessa para nada, o que interessa mesmo é que um homem se vai puder casar com um homem e uma mulher com uma mulher. Isto, até certo ponto, tem a sua piada. Ora vejamos, o problema de existir mais pessoas do sexo masculino do que do sexo feminino deixa de ter importância, por exemplo. Afinal de contas os sexos já não interessam para nada. O que é que interessa o sexo agora? Só mesmo na cama, de resto...
Bem, assim já não há mais homens que mulheres, aliás, corremos mesmo o risco de que a quantidade de homens e mulheres seja a mesma, afinal de contas um casal é sempre um casal e algum deles há-de ter que ser o homem da casa. Isto tanto num casal gay feminino, como num casal gay masculino, certo? Ou seja vai haver mulheres para todos e para todas e homens para todos e para todas.
Isto é giro mas há algo que me intriga no ceio deste tema que é!?....o que é que vai ser de nós heterossexuais? Eu respeito muito estas coisas do sexo, acho muito bem que gostem de ter sexo uns com os outros mas... agora por isto ser legal vou ter de ver homens aos beijinhos no café? E mulheres? É? Eles vão saltar todos do armário e invadir as nossas ruas?

(estou em pânico)

É que por mais que respeite, e respeito, não me consigo ver a ir na rua lado-a-lado com um casal gay aos beijos, por exemplo. Mas eu hei-de habituar-me, afinal de contas quando estive na Bélgica também me habituei.
Conclusão disto tudo...
Viva as bichas e os bichos e...

http://www.youtube.com/watch?v=9vMT8VikT_c

(Vejam este episódio das bichas do demónio e riam-se)