terça-feira, 23 de novembro de 2010

...

Perdi a noção do tempo. Perdi a noção de vaidade. Perdi-me na idade.
Poderia dizer que passei por 44 primaveras mas prefiro o inverno, o frio, os chás quentes, os cafés escaldados e as torradas. Fiquei desempregada. Dediquei 22 anos da minha vida àquele trabalho e, no final das contas, nem a um pequeno jackpot de indemnização tive direito. A empresa faliu. Dentro dela ficaram memórias, centenas de folhas por imprimir, histórias de uma vida, amor e até vaidade. A vaidade, é ela que nos vai destruindo na ânsia do poder. E poder não é puder. Poder é uma destruição de valores. E quando os valores são esquecidos já não há volta a dar. Esquecem-se os direitos, lembram-se apenas dos deveres, tornam-se exigentes e até incoerentes.

2 comentários: