quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Salvem as baleias!!

Quando a inspiração de um blogue é a nossa vida...torna-se complicado alimentá-lo em altura de crise. Sim, a crise chega às palavras, à criação e a tudo o que nos rodeia. E como tudo o que é demais chateia, a crise já cansa.
O poder perdeu poder. A economia ganhou o espaço da sociedade. A sociedade perdeu os direitos. A vida resume-se a notícias desesperantes. O dia-a-dia é marcado por ilegalidades.
O mundo está impávido e sereno a assistir à sua auto-destruição.
Eu estou revoltada, mas recuso-me a lutar quando se junta à luta quem nos destruiu.
Adoptei uma bolha, que me protege. Tornou-se na minha melhor amiga.
Vivo por viver...porque sei que vou morrer sem ter direito a qualquer direito.
Não sei o que vai ser de mim, mas tenho em mente a frase: "Tens mentalidade de toxicodependente". Também me auto-destruo, supostamente...mas não destruo ninguém. E tenho só a mentalidade, imagino se tivesse a prática.
Salvem as baleias...e os golfinhos! É só o que peço...

sábado, 29 de outubro de 2011

Puf...está quase no fim!

Um arrepio, um calafrio, uma dor...indignação?
Não consigo deixar de sentir a revolta dos dias que me ocupam a memória. Deixar de sentir a indignação daquilo que estamos a viver. É um arrepio de inocência social. Um calafrio de falta de competência. Uma dor de incompetência. Gostava que a maioria das pessoas entendesse aquilo que nos espera, como seres humanos. A auto-destruição está cada vez mais próxima. A estupidez é que o que nos destrói, a nós, seres humanos que sentem, é algo tão material como o dinheiro. Material ou virtual, como queiram. Um papel, um número...é a única coisa que nos faz viver!
Agiotas? Sim, são eles mesmos que nos estão a destruir.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Acredita!

No dia em que não acreditares, luta só mais um bocadinho...
A dor, o sofrimento, a procura incessante. Tudo o fazia pensar em desistir de tudo e dedicar os pensamentos apenas à família. Contudo, inconscientemente, foi lutando pela cinematografia que pretendia alcançar a qualquer custo. E isso quase lhe custou a vida. Levou-o à fragilidade psicológica, à depressão, à verdadeira hipocrisia do viver. Contudo, chegou o dia em que deixou mesmo de acreditar, baixou os braços e partilhou o sentimento com o mundo. Nesse mesmo dia, tudo mudou. O baixar dos braços é um "luta só mais um bocadinho"...conseguiu!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

...

Estava sentada no carro, olhava o mar e à frente tinha uma enorme ravina. Sentia que o mar a aproximava da realidade, mas a realidade é que o mar a afastava do mundo e a levava a mergulhar numa imensidão de pensamentos inacabados e confusos. A vida da Mariana estava prestes a mudar, o mundo iria dar-lhe aquilo que ela sempre quis. E ela? O que fazia? Pensava na última coisa que poderia pensar se soubesse o que estava prestes a acontecer-lhe.
Voltou para casa, pensou no avô que perdeu, no tio que partiu, nas doenças terminais que levaram a tia e o outro avô, na doença da avó, na depressão que tinha, nas irritações da mãe, no amor dos primos, no amor dos tios, na alegria dos vizinhos, no grito de felicidade da prima, na buzina do peixeiro, no pão quente pela manhã, no café queimado, no chá a ferver, nos biscoitos de manteiga e...chorou!
Era dia de trabalhar, partir para a normalidade, sorrir como se tudo corresse bem e como se aquela loja de roupa lhe permitisse ter o melhor emprego do mundo. Passavam clientes, colegas, calças, t-shirts, cintos, malas, bonés...futilidades. Ela sorria! Completou um horário de trabalho escandaloso e voltou para casa...abriu o email. E o rosto, que estava a voltar à depressão, sorriu. Conseguiu! Foi trabalhar, na área para a qual estudou. Alguém leu o currículo, inexperiente, e decidiu apostar na decência que a imagem dela transmitia.
Nada pode falhar, é agora! Passou um mês, dois, três, apareceu o amor, ficou feliz, duvidou, deu tudo e, de repente, começou a sentir-se deslocada. Ela sabia que dominava quem a rodeava. Estava deslocada e decidiram deslocá-la ainda mais, dizendo-lhe: "tens de dar mais, não és suficiente, tornaste-te dispensável em 8 meses". Fechou-se, era hora de explodir. Ou dominava para sempre, ou cruzava os braços. Levantou-se e dominou...

terça-feira, 12 de julho de 2011

À 01.17

Uma letra. Uma palavra. Um espaço. Uma vírgula. Uma ideia. Um texto.
Quando acordas e olhas o mundo de forma diferente, quando acordas e sentes que te olham de forma diferente, quando acordas e vês que tudo é diferente, é porque sim, és capaz de ser diferente.
Todos somos diferentes, mas não gostamos de ver as coisas assim. Preferimos pensar que somos o único ser no Mundo que prima pela diferença e é aí que passamos a ser indiferentes.
As ideias surgem a uma velocidade vertiginosa, perigosa e impossível de parar. Quando tento passá-las, mostrá-las ao Mundo, já vou tarde. Procuro encontrá-las de novo, voltar atrás, lembrar-me, mas raramente consigo. É frustrante. Sou diferente porque não consigo parar o meu próprio raciocínio. Sou diferente porque tanto quero ir em frente para apanhar as ideias, como voltar atrás para ver o que restou delas. Sou diferente porque não consigo parar de pensar, nem parar para pensar. E por isso calma, sempre com muita calma, vou tentando aos poucos encontrar o que procuro, o que já passou por mim, o que quis agarrar e não consegui, o que quero agarrar mas...está longe. Ou perto. Não sei, nunca sei. Se volto para trás perco tempo, se vou em frente não sei o caminho. E agora? Fico aqui.  

sábado, 2 de julho de 2011

Porque sim...

Entre um sorriso, um beijo, um olhar e um silêncio, eu sinto que te encontrei. Sim, tu Manel, estavas à minha espera? A realidade é que posso achar que sim, ou que não. Posso pensar simplesmente que tinha de acontecer. Apareceste no dia certo, na hora certa, no segundo exato, na esquina perfeita. Apareceste porque alguém sabia que precisava de te encontrar. Sim, foi isso. Eu sempre achei que o meu deus nunca me iria enganar. Na perfeição da natureza tu tinhas que existir. Já agora, posso aterrar ou vou continuar a voar? Por quanto tempo? Para sempre? Que seja...

terça-feira, 14 de junho de 2011

...1

Um forte batimento cardíaco, uma mão a tremer. Chegou!
Um encontro numa esquina, um abraço, um cigarro, um sorriso. Entrou!
Um café, outro cigarro, um táxi, uma porta a abrir, um beijo ou dois ou..., uma porta a fechar!
A fragrância, o toque, a barba, o abraço. Adeus! Mas já? Sim, calma...
Até amanhã.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Deixar marca

Eu não quero...
partir sem deixar,
sair discretamente,
abandonar sem marcar.

Eu só quero...
que nunca se esqueçam,
que se recordem.

Quero gravar,
pintar,
desenhar,
marcar.

Quero que me sintam.

A minha ausência terá presença,
a minha ausência será sentida,
a minha não presença será triste.

É isto, e só isto, que quero.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Poesia das 2 e meia

Procurei-te por toda a parte,
Encontrei-te mas não te vi.

O teu olhar azul,
As tuas bochechas rosadas,
Os rebuçados que trazias sempre no bolso...
Estavas igual, eras tu, eu sentia.

Quando partiste tentei arranjar forma de te reencontrar,
O mais rápido possível,
Mas só anos depois consegui.

A tua voz rouca,
As tuas mãos gigantes e marcadas do trabalho,
O teu sorriso,
O teu carinho.
Que bom! Abracei-te.

Por momentos regressei à infância,
Sentei-me no teu colo.
Desenhei com a tua mão colada à minha,
Desenhei aqueles vasos que me ensinaste,
Recordas-te?

E no fim do nosso reencontro sorri,
Abri os olhos e olhei-me ao espelho.

A cor dos meus olhos não é igual,
As minhas mãos nunca estiveram na terra,
A minha voz é limpa.
Apenas o meu humor,
Incompreendido e perturbador,
Faz com que te sinta em mim.

Obrigada.
Espero que voltes,
Vamos sorrir sempre na despedida
E recordar no reencontro.

Um beijo com sabor a sumo de mistura.
Sim, aquele que fazias, ainda me recordo,
Com 7 UP e sumo de laranja.
Nunca mais o bebi,
Quando voltares, traz para brindarmos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Voo

Embrenhado nos sons a que a cidade o obriga, passeia-se pelas ruas de mãos dadas com desconhecidos. Deu-se ao luxo de sair, de procurar, de pesquisar, de querer mais...sente-se diferente. Não se considera feliz mas realizado. Adora o som dos carris, o burburinho do desconhecido, o passeio descontraído e o anonimato. Nunca pensou sentir-se tão bem ao sair do ninho. Voou e não quer aterrar. Ainda tem medo por não conseguir controlar, da forma que devia, os movimentos das asas. Tem medo de cair mas deixou de ter medo da queda porque tem em mente uma única coisa: a queda, por maior que seja, não há-de ser pior que o desconhecimento. Orgulha-se de ter saído do ninho.

domingo, 13 de março de 2011

Protesto "Geração à Rasca" - a minha, modesta, opinião

Não me perguntem porque vou perder tempo a escrever este post, simplesmente tive vontade de o escrever. Se estou "à rasca"? Estou. Tal como milhares de jovens por todo o país.
A manifestação de hoje foi, sem dúvida, uma demonstração do poder do povo. Sim, "do povo". Será esta uma palavra proibida no dicionário da maior parte dos jovens que se manifestaram? Talvez. Hoje, quando terminei o meu trabalho como recenseadora, decidi ir ao Twitter expor a minha opinião em relação a esta manifestação. Fui, e sempre serei, severamente contestada. Escrevi algo deste género, nos poucos 140 caracteres que o Twitter me permite: "O que mais me irrita nestes jovens é o facto de nunca se terem interessado por política e agora criticarem todos os partidos". Sim, é verdade. Hoje, esses tais 200 mil jovens, manifestaram-se. Hoje, quando estamos verdadeiramente "à rasca". Hoje, quando já pouco, ou nada, podemos fazer para mudar o sistema instalado. Hoje, o dia em que achavam que iam mudar o país. Hoje, quando a Merkel e a União Europeia já fazem de Portugal o que querem. Hoje, quando há mais de dez anos que nos deparamos com a destruição do ensino em Portugal. Hoje, o dia em que por mais que saiamos à rua, os políticos já não nos ouvem nem vêem. 
Deixamos, ao longo dos últimos anos, que este poder e esta forma de governar se instalasse no nosso país. Estes jovens que se manifestaram, muitos politicamente activos mas outros tantos que nunca viram um boletim de voto, não acham que já existiram dezenas de oportunidades para contrariarmos aquilo que nos está a acontecer agora? 
Cá eu, acho que já vão tarde.Há muitos anos, e não tenho muitos, que me manifesto contra este sistema. Contra a educação, contra o mercado de trabalho e as leis laborais. Sim. Querem saber como? Há anos que vou a manifestações e sou politicamente activa. Desde os 18 anos que exerço o meu direito ao voto. E não, nunca votei em branco. Votei em quem achei que me defendia. E por isso sinto que fiz tudo o que estava ao meu alcance para hoje não estar "à rasca". Se estou, a culpa não é minha. A culpa é de quem não vota, a culpa é de quem em quem faz as leis, a culpa é de quem vota para que Portugal esteja como está. E não é agora, que já nos afundámos, que vamos resolver o problema. Era há uns anos. 
Li, numa foto da manifestação, um cartaz em que dizia "eu não votei na Merkel!". Ora pois, eu também não. Os meus pais, também não. Mas houve quem há uns anos atrás achasse que a nossa entrada na União Europeia, na moeda única e em todo este sistema europeu, era benéfico para o país. Houve também quem achasse que estas políticas de direita dos últimos anos, e capitalistas, defendiam os nossos direitos. Será que estes jovens "à rasca" já se questionaram sobre se foram os pais deles que votaram e que os lixaram? Talvez não.
Eu sinto-me lixado, por todos, menos por quem me educou. Não me junto com fotocópias de quem me tramou, não me junto a quem faz protesto supostamente "apartidários" que criticam partidos. Não me junto a quem protesta sem pensar no passado e nos erros que tem vindo a cometer. Não me junto e não me juntarei a quem quer mudar mas deixa sempre tudo na mesma. 
Estou "à rasca" mas não me "lixem" porque "parva eu não sou".