quinta-feira, 26 de maio de 2011

Poesia das 2 e meia

Procurei-te por toda a parte,
Encontrei-te mas não te vi.

O teu olhar azul,
As tuas bochechas rosadas,
Os rebuçados que trazias sempre no bolso...
Estavas igual, eras tu, eu sentia.

Quando partiste tentei arranjar forma de te reencontrar,
O mais rápido possível,
Mas só anos depois consegui.

A tua voz rouca,
As tuas mãos gigantes e marcadas do trabalho,
O teu sorriso,
O teu carinho.
Que bom! Abracei-te.

Por momentos regressei à infância,
Sentei-me no teu colo.
Desenhei com a tua mão colada à minha,
Desenhei aqueles vasos que me ensinaste,
Recordas-te?

E no fim do nosso reencontro sorri,
Abri os olhos e olhei-me ao espelho.

A cor dos meus olhos não é igual,
As minhas mãos nunca estiveram na terra,
A minha voz é limpa.
Apenas o meu humor,
Incompreendido e perturbador,
Faz com que te sinta em mim.

Obrigada.
Espero que voltes,
Vamos sorrir sempre na despedida
E recordar no reencontro.

Um beijo com sabor a sumo de mistura.
Sim, aquele que fazias, ainda me recordo,
Com 7 UP e sumo de laranja.
Nunca mais o bebi,
Quando voltares, traz para brindarmos.

Um comentário:

  1. Que bonito e profundo eu gostava de escrever alguma coisa parecida para o meu PAI mas cuando lembro dele faltam-me as palavras para defenir algo mais como a saudade imensa mas se um dia tiveres uma inspiração para o teu avô Antonio escreve algo assim bonito e depois me diz para eu ler e guardar tá?

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