sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Já consegui!

Não escrevia há tanto tempo
Que tive dúvidas quando comecei.
Mas este meu silêncio,
Não tem uma razão...ou então eu não a sei.

Sempre que penso em escrever
Aparece a nostalgia,
A vontade de chorar e rever
Momentos de alegria.

Eu já fui muito feliz,
Agora tenho vergonha de mim.
Não fui eu que quis,
Até porque a ansiedade não tem princípio nem fim.
Aparece sem avisar,
Chega muito de mansinho,
Até te fazer faltar o ar,
E não quereres ficar sozinho.

Não sei o que fazer,
Até porque não estou a reagir,
Estou a ver e a rever,
O caminho por onde tenho de ir.
Mas não consigo levantar-me,
Não tenho força para andar,
Eu bem que queria curar-me,
Mas isto está-se a aprofundar.

Quando eu quero conseguir,
Ninguém me pode parar,
Mas agora sem reagir,
Já ninguém me consegue é olhar.

Sinto que todos têm pena,
De mim e do meu mal-estar,
Mas não conseguia escrever este poema,
Se estivesse bem e a cantarolar.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sonho

Passeio entre colcheias,
Semicolcheias.
Quero recuar no tempo,
Recordar o momento.

Deixei-te por opção,
Mas desculpei-me
Para tomar a decisão
e desleixei-me.

Encontro-te todos os dias,
E todos os dias vou recordar
Os bons momentos
e os meus pensamentos.

Tive de optar,
Entre o correto e um amor,
Entre a vida e um olhar,
Sim, eu sabia que eles tinham pudor.

Não podia dizer que estudava,
Se o meu dia vivia de partituras,
Não podia dizer que estudava,
Se a arte era a minha loucura.

Olharam-me...
Julgaram-me...
Fizeram-me desistir,
E, pela primeira vez,
Arrepender.

Sonho...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Voltar atrás?

Tens a luz que me iluminou,
Que me deixou voar,
Que me levou onde um dia sonhei estar,
Mas onde receio não voltar.

São demasiadas más sensações,
Demasiadas recordações,
Que não quero reviver,
Nem tenho pena de não querer.

Se um dia tudo foi um sonho,
Hoje não passa de uma incerteza,
Igual à que representa o meu futuro,
Dentro de um Mundo sem beleza.

E sim, estou tesa...
Lisa, sem um tusto,
Mas não volto para a mesa
Onde muitos engolem o cuspo.
Tudo porque não querem,
Deitar para fora o que pensam,
O que sentem e sonham.

Eu gosto de cuspir,
De deixar sair,
O que penso, o que sinto e o que quero sentir.

Vou escrever até morrer, mas mais ninguém vai pagar para me ler.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

E eu dei-vos dinamite

Já não sou quem fui,
Mas consegui recuperar
Uma parte importante de mim.
Perdida em Marte,
Ou algo assim.

Levaram a alegria,
A energia,
O sentido de humor,
E o meu dia-a-dia.

Chegaram a arrancar-me sorrisos falsos,
Cinismo e antipatia.
Levaram-me ao limite,
Puxaram a corda,
E eu dei-vos dinamite.

Rebentei com a vossa altivez,
A vossa arrogância desmedida,
Superei-vos de vez,
Mesmo no último dia.

Eu decidi,
Tomei as rédeas,
Fintei-vos,
E agora?

Pensem... 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

E se eu fosse tua filha?

Não gosto de pensar, mas gosto de escrever sobre a saudade. De ser criança, da adolescência, das noites loucas, da escola, dos amigos. Eu não queria crescer, a sério. Não queria mesmo. Mas já que me obrigaram, gostava que me respeitassem.
Pensem, vocês que me obrigaram a crescer, se gostavam que os vossos filhos crescessem como eu. Longe da família, a cumprir um sonho, que se revelou um pesadelo. mas só é um pesadelo porque vocês existem e só pensam no vosso próprio umbigo. Respeito? Só tem de existir para o vosso lado, porque para o meu, a única coisa que existe são exigências injustas tendo em conta aquilo que me dão em troca.
E se eu fosse vossa filha? Pois é, não sou. Porque os vossos filhos estão protegidos pelos vossos lugares, por aquilo que vos permitiram alcançar e que hoje nos negam. Tratam-nos como escravos, mas somos nós o alicerce do vosso sucesso. Formaram-nos para não falharmos, de forma a que vocês fossem cada vez mais valorizados por algo que não fazem. Limitam-se a aparecer e a ganhar o que nos pertence. E se eu fosse vossa filha?

sábado, 5 de janeiro de 2013

Um abraço e...um queijo!

Não preciso de rimar para te contar,
Que a minha vocação,
A minha paixão,
Vai acabar.

Não souberam ouvir,
Não sabem acreditar,
Eu estou cansada de suar,
Para ninguém me valorizar.

O meu trabalho é banal,
Mas nunca o fiz mal,
Faço-o tão bem,
Que acabam por fazer de mim ninguém.

O que eu não vou é deixar,
De acreditar,
Parar de sonhar.

Eu vou conseguir,
Seja aqui ou na China,
Ninguém me vai impedir,
De ser exímia.

E com esta vos deixo,
Consciente do possível erro,
Mas ciente que se me queixo,
É porque não sou só eu que erro.

Um abraço
E um queijo!

sábado, 22 de dezembro de 2012

"Leva-me pai natal…não me importava de ser a tua rena"


E se eu for? Na verdade eu sinto que quero ir, quero partir para aquele lugar onde sei que vou encontrar tudo aquilo por que sempre lutei. Sim, o mapa do Mundo tem esse sítio e eu já lá estive, já me vi e revejo-me diariamente lá.
Porque é que me aproximei de um sonho e afastei-me de todos os outros? Porque é que ter concretizado o sonho que a sociedade me obrigou a ter não me satisfaz? A sociedade obrigou-me, mas a verdade é que ao longo do tempo este desejo tornou-se só meu e agora que o tenho já não o quero. Não preciso dele para ser feliz.
Sim, sou uma eterna insatisfeita. Mas eu já encontrei o local perfeito e só tenho pena que seja tão longe. Ainda assim, eu conseguia ir até lá. Ficava feliz para o resto da vida.
Preciso de férias, é isso. Descansar e disfarçar mais uma vez, continuar a dizer ao Mundo que estou feliz quando, na realidade, tudo não passa de uma máscara. A máscara que me ofereceram para sair à rua neste país, nesta sociedade. Estou cansada…
Dão-nos objectivos para cumprir diariamente e eu já não tenho vontade de mostrar a ninguém que os consigo atingir. A sério. É tão fácil que irrita, chateia e ao mesmo tempo enerva.
É fácil viver aqui, é fácil fazer o que faço, é tudo tão fácil que não tenho vontade nenhuma que me continuem a desafiar.
Nunca senti o meu cérebro tão desocupado como agora. Não consigo escrever, não consigo pensar nas coisas que gosto, não consigo criar uma simples biblioteca das minhas músicas preferidas. Quem diria?
Não quero mais isto, a sério.
Leva-me pai natal…não me importava de ser a tua rena.

domingo, 18 de novembro de 2012

Ajuda-me!

Embrenhei-me na noite fria, na chuva intensa, no aconchego de casa, na minha vida. Não queria nem quero pensar que perdi. Não queria nem quero pensar que me arrependo...seja do que for. Tenho sonhos? Há quem diga que temos sempre sonhos mas eu deixei de sonhar. Foi rápido, rápido demais. De um dia para o outro tinha tudo nas mãos. O que sempre quis, o que nunca pensei que queria e o que poderia vir a querer. Isso faz de mim alguém privilegiado? Não...tornou-me mais insegura.
Se estou feliz? Tenho os meus momentos de felicidade, tenho os momentos em que me orgulho de mim própria e tenho ainda outros em que me considero, simplesmente, uma pessoa com sorte.
Mas existem sempre coisas que nos atormentam. Por norma mostro sempre um ar feliz e despreocupado ao mundo. Não gosto que tenham pena de mim, não gosto de ser a coitadinha mas por vezes não consigo esconder certas coisas. Contudo, prefiro sempre não me expor e se me questionam o porquê de estar com um ar triste, normalmente digo que não se passa nada e que está tudo bem.
Sou demasiado preocupada com quem me rodeia. Sofro por antecipação e sofro por não conseguir controlar tudo. Tenho pena, muita pena, que a minha amiga natureza já me tenha traído tantas vezes em tão pouco tempo. Só tenho 24 anos e ela já me levou muita coisa. Contudo, continuo a considerá-la o meu Deus. Sim, esse com "d" maiúsculo.
Quando saio de casa gosto de sentir que ela está presente...no vento, na chuva, no Sol ou simplesmente nas flores das varandas. Gosto mais dela do que de mim, afinal de contas só aqui estou porque Ela quer. Sim, Ela com "e" maiúsculo.
Oh Natureza - sim, com "n" maiúsculo - continua a dar-me aquilo que de melhor tens e não me tires aquilo de melhor tenho. Aquele Deus normal, dos católicos, também os faz chorar, eu sei. Mas tu, tu devias controlar-te mais e ser mais justa. Há quem te traia todos os dias e tu continuas a dar-lhes cada vez mais poder. Porquê?
Sabes? Vou contar-te um segredo. Estou a preparar um plano de traição...se me ajudares prometo que te vou dedicar todo o meu tempo livre, para sempre.
Sim, eu fiz uma promessa num blogue à Natureza.
Ajuda-me!