E se eu for? Na verdade eu sinto que quero ir, quero partir
para aquele lugar onde sei que vou encontrar tudo aquilo por que sempre lutei.
Sim, o mapa do Mundo tem esse sítio e eu já lá estive, já me vi e revejo-me diariamente
lá.
Porque é que me aproximei de um sonho e afastei-me de todos
os outros? Porque é que ter concretizado o sonho que a sociedade me obrigou a
ter não me satisfaz? A sociedade obrigou-me, mas a verdade é que ao longo do
tempo este desejo tornou-se só meu e agora que o tenho já não o quero. Não
preciso dele para ser feliz.
Sim, sou uma eterna insatisfeita. Mas eu já encontrei o
local perfeito e só tenho pena que seja tão longe. Ainda assim, eu conseguia ir
até lá. Ficava feliz para o resto da vida.
Preciso de férias, é isso. Descansar e disfarçar mais uma
vez, continuar a dizer ao Mundo que estou feliz quando, na realidade, tudo não
passa de uma máscara. A máscara que me ofereceram para sair à rua neste país,
nesta sociedade. Estou cansada…
Dão-nos objectivos para cumprir diariamente e eu já não
tenho vontade de mostrar a ninguém que os consigo atingir. A sério. É tão fácil
que irrita, chateia e ao mesmo tempo enerva.
É fácil viver aqui, é fácil fazer o que faço, é tudo tão
fácil que não tenho vontade nenhuma que me continuem a desafiar.
Nunca senti o meu cérebro tão desocupado como agora. Não
consigo escrever, não consigo pensar nas coisas que gosto, não consigo criar
uma simples biblioteca das minhas músicas preferidas. Quem diria?
Não quero mais isto, a sério.
Leva-me pai natal…não me importava de ser a tua rena.