terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sonho

Passeio entre colcheias,
Semicolcheias.
Quero recuar no tempo,
Recordar o momento.

Deixei-te por opção,
Mas desculpei-me
Para tomar a decisão
e desleixei-me.

Encontro-te todos os dias,
E todos os dias vou recordar
Os bons momentos
e os meus pensamentos.

Tive de optar,
Entre o correto e um amor,
Entre a vida e um olhar,
Sim, eu sabia que eles tinham pudor.

Não podia dizer que estudava,
Se o meu dia vivia de partituras,
Não podia dizer que estudava,
Se a arte era a minha loucura.

Olharam-me...
Julgaram-me...
Fizeram-me desistir,
E, pela primeira vez,
Arrepender.

Sonho...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Voltar atrás?

Tens a luz que me iluminou,
Que me deixou voar,
Que me levou onde um dia sonhei estar,
Mas onde receio não voltar.

São demasiadas más sensações,
Demasiadas recordações,
Que não quero reviver,
Nem tenho pena de não querer.

Se um dia tudo foi um sonho,
Hoje não passa de uma incerteza,
Igual à que representa o meu futuro,
Dentro de um Mundo sem beleza.

E sim, estou tesa...
Lisa, sem um tusto,
Mas não volto para a mesa
Onde muitos engolem o cuspo.
Tudo porque não querem,
Deitar para fora o que pensam,
O que sentem e sonham.

Eu gosto de cuspir,
De deixar sair,
O que penso, o que sinto e o que quero sentir.

Vou escrever até morrer, mas mais ninguém vai pagar para me ler.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

E eu dei-vos dinamite

Já não sou quem fui,
Mas consegui recuperar
Uma parte importante de mim.
Perdida em Marte,
Ou algo assim.

Levaram a alegria,
A energia,
O sentido de humor,
E o meu dia-a-dia.

Chegaram a arrancar-me sorrisos falsos,
Cinismo e antipatia.
Levaram-me ao limite,
Puxaram a corda,
E eu dei-vos dinamite.

Rebentei com a vossa altivez,
A vossa arrogância desmedida,
Superei-vos de vez,
Mesmo no último dia.

Eu decidi,
Tomei as rédeas,
Fintei-vos,
E agora?

Pensem... 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

E se eu fosse tua filha?

Não gosto de pensar, mas gosto de escrever sobre a saudade. De ser criança, da adolescência, das noites loucas, da escola, dos amigos. Eu não queria crescer, a sério. Não queria mesmo. Mas já que me obrigaram, gostava que me respeitassem.
Pensem, vocês que me obrigaram a crescer, se gostavam que os vossos filhos crescessem como eu. Longe da família, a cumprir um sonho, que se revelou um pesadelo. mas só é um pesadelo porque vocês existem e só pensam no vosso próprio umbigo. Respeito? Só tem de existir para o vosso lado, porque para o meu, a única coisa que existe são exigências injustas tendo em conta aquilo que me dão em troca.
E se eu fosse vossa filha? Pois é, não sou. Porque os vossos filhos estão protegidos pelos vossos lugares, por aquilo que vos permitiram alcançar e que hoje nos negam. Tratam-nos como escravos, mas somos nós o alicerce do vosso sucesso. Formaram-nos para não falharmos, de forma a que vocês fossem cada vez mais valorizados por algo que não fazem. Limitam-se a aparecer e a ganhar o que nos pertence. E se eu fosse vossa filha?

sábado, 5 de janeiro de 2013

Um abraço e...um queijo!

Não preciso de rimar para te contar,
Que a minha vocação,
A minha paixão,
Vai acabar.

Não souberam ouvir,
Não sabem acreditar,
Eu estou cansada de suar,
Para ninguém me valorizar.

O meu trabalho é banal,
Mas nunca o fiz mal,
Faço-o tão bem,
Que acabam por fazer de mim ninguém.

O que eu não vou é deixar,
De acreditar,
Parar de sonhar.

Eu vou conseguir,
Seja aqui ou na China,
Ninguém me vai impedir,
De ser exímia.

E com esta vos deixo,
Consciente do possível erro,
Mas ciente que se me queixo,
É porque não sou só eu que erro.

Um abraço
E um queijo!