quarta-feira, 17 de março de 2010

Florence And The Machine - estreia em Portugal

Florence And The Machine apresentaram o álbum "Lungs" ontem no palco da Aula Magna, em Lisboa. Florence levou as centenas de fãs ao rubro quando lhes pediu que invadissem os lugares doutorais. A frente do palco ficou completamente preenchida e a sala em completa euforia.
A banda inglesa foi acompanhada sempre pelo coro de fãs que nunca se sentaram nem pararam de bater palmas ao longo da hora e meia que Florence esteve em palco. A vocalista mostrou uma energia fantástica  e nunca deixou cair a energia do público. Florence manteve os agudos que lhe são característicos sempre afinados, tanto nas músicas mais calmas como nas músicas mais pujantes.
A banda pop/rock ganhou recentemente o prémio de melhor álbum na Inglaterra e ontem demonstrou-o em palco. Conquistou os fãs portugueses e abriu assim as portas para outro possível concerto no nosso país.
Florence elogiou o público de ontem e mostrou-se comovida com a cumplicidade que conseguiu criar dentro da Aula Magna. Este foi o último concerto da tournée europeia e a banda vai actuar no próximo mês nos Estados Unidos, nas cidades de Boston, Nova Iorque, Filadélfia, entre outras. 


(Florence And The Machine - Cosmic Love - Aula Magna)

domingo, 14 de março de 2010

...

"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."

Fernando Pessoa

sexta-feira, 5 de março de 2010

Bom senso, existe ou nem por isso?

Cá eu, acho que ele existe mas não é na internet. Por aqui, por estas bandas ou códigos, como queiram, não existe bom senso. Eu sou uma pessoa/gaja/miúda/rapariga/Senhora que está no Twitter, no Facebook e no Flickr e sabem uma coisa? Isto por estas bandas é uma falta de respeito. As pessoas usam e abusam das palavras de outros e nem assinalam quem foram as fontes.
Eu no outro dia estava a reflectir em relação à palavra fontes que, como sabem, tem dois sentidos: fonte de água e fonte de informação. Uma fonte brota coisas, não é? Pois e nós quando estamos em frente a uma fonte de água sabemos, à partida, que existe uma nascente, algures, por ali. Mas quando estamos perante uma fonte de informação, nos dias que correm, nunca sabemos onde anda a nascente. Tanto pode ser aquela fonte a nascente, como outra qualquer. E isto é muito confuso e podia ser resolvido se existisse bom senso. Ou melhor, eu acho que se tirassem todos um curso de Jornalismo também resolvia a coisa mas o jornalismo anda em crise e eu não quero arriscar.
E pronto, tenho dito, cuidado com as fontes que advêm de outra fontes e que ... isto vai tudo parar ao diz que disse e mais tarde ou mais cedo as "senhora(s) da mesa ao lado" vão passar a ser banais.

Filmes 3D e os amblíopes

Reparem na minha crise de criatividade que até vou roubar uma piada à minha mãe. Sim, leram bem, "à minha mãe". Ora bem, a minha mãe é amblíope de um olho, ou seja, tem um "olho preguiçoso", que não acompanha o outro e que vê mal que se farta. No fundo, a minha mãe tem dois olhos e um é alentejano e passa a vida a dormir debaixo do chaparro. Continuando...
No outro dia, enquanto ouvia rádio, descobri que nos filmes em 3D são projectadas 120 imagens por segundo, 60 para o olho esquerdo e 60 para o olho direito. Ora bem, como devem estar já a imaginar, a minha mãe e todos os amblíopes só vêem 60 imagens por segundo, o que equivale, no total, a metade do filme. Acham justo que continuem a pagar o mesmo? Eu não acho. Reivindico aqui o Cartão Amblíope para filmes 3D com 50% de desconto. E já agora, eu tenho um cérebro preguiçoso, será que me podiam dar um desconto também? Afinal de contas eu também só percebo metade dos filmes, a outra metade é aquela que se assemelha às novelas da TVI... no pasa nada.

terça-feira, 2 de março de 2010

Escolha

Olhei para ela e senti-a distante. Há dias que andava assim, distante, com momentos de enorme felicidade e outros em que se retirava do mundo para viver a solidão que lhe estava estampada no rosto. Ela nunca tinha tido este tipo de comportamento, bipolar e solitário. Eu queria perguntar-lhe o que se estava a passar mas não conseguia, tinha medo da resposta e de não a conseguir ajudar.
Fui observando-a. Nos momentos em que ela ficava pensava, solitária, presa a um mundo só seu, eu fixava-a e tentava interpretar-lhe os movimentos. Era esta a única forma que tinha de perceber mais qualquer coisa, visto que o que ela estava a sentir lhe estava estampado no rosto.
Eram as mãos, não paravam quietas. Mexiam em tudo o que as rodeava e passavam-lhe várias vezes pelo cabelo. Acariciavam-lhe o pescoço, ficando muitas vezes uma delas agarrada, fortemente, à parte de trás do pescoço. E foi aí que percebi, percebi tudo. Ela está apaixonada. Não sabe o que fazer. Ele não avança. Ela muito menos.
Bem, ao menos isso, não é nada de grave e apaixonou-se finalmente. Resta saber se é desta, já que demorou tanto para escolher.