quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Zé medo

Enquanto lhe escorriam as lágrimas pelo rosto cansado e triste, ele pensava. Sabia que tudo lhe iria correr bem, como sempre, sabia também que ia sofrer até perceber que as coisas estavam a ir no bom caminho. Era um processo lento e penoso e passava-o todos os anos e por uma simples razão, ele não gostava de se sentir feliz.
Acusava a saturação da felicidade e, para si, a injusta sensação de prazer. Sabia ao certo o que o esperava nos próximos tempos, sabia ao certo o que estava a sentir mas nunca tentou saber, ao certo, como evitar tudo isto.
Perguntava-se regularmente o porquê de ter prazer em se sentir infeliz mas nunca percebeu que não era esse o seu problema.
Zé, aos 19 anos, tinha uma capacidade enorme de amar para fazer alguém se sentir bem mas nunca conseguiu amar para ter prazer. Adorava a felicidade dos outros e destruía a dele o mais rápido que conseguisse. Criava problemas, imaginava barreiras, antecipava o "não", antecipava a falha. Não arriscava, nunca, porque antes de arriscar já se tinha derrotado a si mesmo.

(Zé, és tu)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Há qualquer coisa que me fascina na vida. O facto de saber que o dia de amanhã, por mais programado que esteja, acaba sempre por ter alguma surpresa. O problema é quando as surpresas tendem a ser negativas durante demasiado tempo. Quero o euromilhões.

domingo, 12 de dezembro de 2010

8 lemas portugueses:

- Da cunha nasce o talento.
- Amigo de rei, rei será.
- Filho do amigo, trabalho arranja.
- A inteligência não te dá futuro.
- A sabedoria acaba contigo.
- Licenciado?Prefiro uma nova oportunidade.
- Competência?Prefiro arrogância.
- Se fores corrupto, safas-te.

E eu? Fico por casa.