segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

...

Se ao menos tivesse sentido mais do que a ponta do teu pé. Se ao menos tivesse visto mais do que um sorriso envergonhado. Se ao menos me tivesses dado a mão. Se ao menos olhasses para mim agora.
Eu não quero, e não gosto, de pensar em ti mas a solidão torna-o inevitável. Procuro-te nas noites frias, nos dias cinzentos, na falta de auto-estima ... na falta de amor. Sei que não me deves querer mas, posso tentar?
Gostava que dissesses que sim. Mas como? Tu não falas e eu não te falo.
Se as pontas dos pés falassem...
Se a vergonha falasse...
Se...

Porquê que somos assim?

6 comentários:

  1. Muito bonitas as imagens transmitidas pelo teu texto. A minha filha Inês escreve tb muito bem, mas só para ela e por vezes (poucas) para mim. É um exercício libertador, continua porque tens potencial. A minha opinião não te vai servir de nada pq sou alguém que ninguém conhece.

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  2. Que me importa a mim que seja alguém que ninguém conhece? O que me importa é que me lê e gosta. Isso sim, é importante. Eu escrevo há algum tempo e tenho muitas coisas que nunca mostrei mas agora decidi começar a mostrar, porque no fundo, é disto, da escrita, que vou ter de viver. E muitas vezes pergunto-me porquê. E a resposta é sempre a mesma, "porque é a única coisa que sei fazer". Infelizmente não tenho outros dons, tão pouco acho que tenho este mas no meio de tantas hipóteses esta é a única em que acho que me encaixo minimamente.
    Obrigado por passar por aqui e por me ler : )

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  3. Muito bom, dona Inês. Gostei bastante. Será que conhecemos alguém (alguém entenda-se alguém mais especial, claro), esse "encontro" de pés acontece sempre dessa maneira? *

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  4. Não sempre da mesma maneira...mas sempre com esta intensidade, vá! : ) obrigado por passares por aqui

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  5. Devo confessar que poucas vezes tinha vindo ao teu blog, ou melhor, vim muitas vezes mas sem ler com olhos de gente e, hoje, por respeito a ti e à nossa amizade, fi-lo.
    Fiquei surpreendido! Bastante surpreendido! É impressionante como duas pessoas que se conhecem há tanto tempo e com uma relação tão próxima ainda se surpreenderem.
    O sentimento que tenho ao ler estas coisas? Não vou mentir, o primeiro é Inveja, da pior que pode existir, queria escrever como tu ou ser um bocadinho como tu, mas sou eu e é com o meu eu que tenho de aprender a viver. O segundo "sentimento" é admiração, admiração por aquilo que escreves e por aquilo que és.
    Ao ver-te com este "sucesso" sinto-me feliz e, ao mesmo tempo, faz-me querer ser melhor do que aquilo que sou e melhorar naquilo que não sei fazer tão bem como tu.
    Uma vez ouvi o Raúl Solnado dizer: "Um pequeno discurso é Obrigado, mas, um grande discurso é um Muito Obrigado" e é um grande discurso que eu, neste momeno, tenho para te oferecer.
    Muito Obrigado!
    (Adorei este post)

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  6. Devo confessar que este comentário me conseguiu emocionar. Somos grandes amigos e a opinião dos amigos, essa sim, é importante! Sei que a inveja que dizes sentir é do mais saudável que há e sei que tudo o que disseste foi dito com o coração. É por isso que agora sorrio para o monitor e estou pronta para te declarar um grande discurso. Muito Obrigado

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