sábado, 30 de janeiro de 2010

Há fases em que a vida não é vida. É um mero seguimento de acontecimentos esperados e ritmados na melodia que nós produzimos a cada dia que passa. Se sei o que é a vida? Sei. Sei o que é sofrer? Sei. Sei o que é viver? Não sei. Viver é difícil e, no dia em que aprender a fazê-lo, morrerei. Só a morte nos faz chegar à vida. É estranho não é? Eu sei. Mas é o que penso. Quando temos a morte à nossa frente é que sabemos o que foi viver. É que sabemos o que é a vida e é aí que lhe damos valor. Agora? Limitamo-nos a seguir aquilo para que a sociedade nos formata. A nossa vida gere-se à volta de regras incutidas desde o dia em que nascemos. Isto é viver? Não...

2 comentários:

  1. Cara Inês, isso soa a crise de meia idade... ou e idade e meia... mas como eu compreendo as tuas palavras, sei bem a que isso soa. Soa a alguém que está consternado com a vida, com a sua matriz obrigatória, sem espaço para grandes loucuras, mas loucuras a sério, loucuras tais que sejam um grande "vai-te foder" à direcção socialmente imposta. Soa a alguém limitado pelas burocracias, revoltado com as "justas" injustiças, soa a alguém que pensa, que gosta de reflectir "o que é a vida" ou melhor, o que ela NÃO é!

    Quem tem moral para apregoar o livre-arbítrio, quando na maior parte dos casos escolhemos entre hipóteses pré-feitas e pré-destinadas?

    A morte é uma questão interessante... quantas pessoas não conhecemos que passaram uma vida a precaver o futuro e acabam por morrer sem gozar nada da vida?

    No fundo, as pessoas que nascem comuns têm que seguir as pisadas comuns para terem uma vida comum, e só conseguem interromper este continuo se tiverem uma sorte bestial. Sendo isto quase uma imposição sem escapatória possível, o que nos resta é tentar aproveitar ao máximo este curto período de tempo que nos resta aqui enquanto entes vivos, que se quer bem aproveitado, para morrermos de barriga cheia.

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  2. :) e como me compreendeste tão bem andré!

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